
E, ainda, me mirou agraviado; nesses momentos odiei a Catalunha e todos os nacionalismos com um instinto selvaxem: adeus à terra de promisón. Paradoxalmente, isto é o pior que pode acontecer a um apátrida: carecer de terra onde afincar as raízes que arrincou do seu país. Nas Vascongadas, nem sonhar, Bilbao estaba cheio de xente da minha terra e eu non queria saber nada do meu pobo. Tinhame contado a mim o Villán, currante alí logo da estampida da Laboral, que se estabam organizando movimentos de resistência antifranquista; mas o Villán acreditaba que, posteriormente, aquilo, mais que um movimento de emancipaçón trabalhadora, cristalizaria num nacionalismo conservador e presbítero. Nos anos cinquenta tinha aparecido ETA. E aí andabam os novos emigrantes de Castela, ou os seus filhos, a voltas com a grande pátria vasca. Temía o Villán que a esta xente da marxem esquerda da ría, ou sexa proletários, o seu apoio à pátria vasca acabara estoupando-lhes nas màns. A el e a mim, parecíanos razoábel e até obrigatória a integraçón na cultura de acolhida; mas unha esaxeraçón do sentimento nacional e selectivo, No País Vasco e em Catalunha, começaba xá a darnos pola retaguarda. Por encima do antifranquismo, perfilába-se unha perigosa afirmaçón étnica. No País Vasco, chamabam-nos “maketos”, em Catalunha “charnegos”; o que, para o caso daba igual. Por aquel entón, mirabam-se as reivindicaçóns nacionalistas como unha épica de resistência, a respiraçón natural de culturas oprimidas polo centralismo da dictadura franquista. Mas, había mais tomate. Aquel cabrón, abacial e com pintas, acababa de abrir-me os olhos: o emigrante era um pária! Muitos vascos e cataláns eram antifranquistas, somente por um refléxo de irredentismo nacional. As alemáns, nada sabiam de tudo isto. Pensabam que Espanha era Andalucía, castanhetas, flamenco e flores no cabelo. Pretender explicár-lho era perder o tempo. E, ademais, ¿para quê? De non ser polo sol, estou seguro de que teríam confundido Catalunha com França. Por isso, quando o Villán apareceu por Canet, advertím-lhe que deixara de fazer o “gilipollas” e fora directamente ao cereal. A política non era boa para “ligar”; nem sequer para espanholas, quanto menos para alemáns. Era bom saber, por exemplo, que a burguesía catalán era mais ilustrada e liberal que a vasca, franquista até à médula. Mas, cada cousa ó seu tempo. A burguesía catalán era defensora da sua fala e da sua cultura, mentras que a burguesía industrial vasca nem sequer acreditaba que eles, os vascos, tivéram unha cultura e muito menos unha fala. Ao sumo unha rareza rural e antiga, circunscrípta ao âmbito dos caseríos. Nada que ver com a tradiçón literária, por exemplo, do catalán. O que decía o Villán, que para o abstracto tinha condiçóns, mas para o práctico, um desástre: que tudo é questón de clásses, mais que de nacionalidades e que o dinheiro non tem pátria. E, como vinha decíndo eu, que também tinha algunhas ideias aproveitábeis: todo nacionalismo se impugna sempre desde outro nacionalismo. É dizer, tal para qual!
JAVIER VILLÁN E DAVID OURO