
Temos um alcaide que, às vezes, cinhe a canana e o permiso de armas, e lanza-se aos caminhos, escoltado por um guarda e vai-nos deixando asfaltados à medida que passa. Outras vezes disfarza-se do que faga falta, porque em questón de partidos políticos manexa toda a baralha e sabe bem a que cheiram os óleos das sacristías e os legaxos nos xulgados. É um home de fácil verbo, infatigábel trabalhador, sóbrio, comedido e hábil pirotécnico. Os passados carnavais surpreendeu-nos disfarzado de “AP”, mas, passados quinze dias rasgou o disfarze “por cansácio” e renunciou à sua nomeaçón como delegado local do partido, segundo o nosso colega “Faro de Vigo”, correspondente ao mércores de cinzas. A ver se a don Julio César lhe dá agora por disfarzar-se de “Opus” em coincidência com a quaresma. Xá nos imaxinámos ao municipal flaxelando-o com um cilicio polo interminábel viacrucis dos caminhos municipais. Estamos contentos porque nós o guisamos e nós o comemos. Mas, o que xá non é dixeríbel, ou ao menos a nós nos parece, é que o partido de don Manolo Fraga, num golpe da linha dos que dá o Soviet Supremo, tenha cometido a grosería de marxinar a Manolo Vallejo, fidelíssimo apeista por puro fraguismo, cuxa voz panexírica no relativo à defesa de don Manolo e do seu partido, podía escuitar-se por fora do telefone desde a própria vila e côrte. Nos, na verdade, non entendemos. Será porque Vallejo é um senhor sem “carnet” de cacique, sem xusta nas hombreiras, amigo do amigo e bom fulano? Tal vez. O que resulta seguro é que don Manolo nem se deu conta e talvés tenha aos seus amigos de Pontevedra algo enferruxados. Mas, é igual e non vamos a enoxár-nos porque, ao fim e ao cabo, quando se afaste don Manolo, cuxa vida guarde Deus muitos anos, “AP” irá ó caralho.
CORRESPONSAL DE CRECENTE (PUBLICADO EM “A PENEIRA” ANO I – 1984)
