
Embora Bergson nunca renegue o texto, ver-se-á tán desgastado polo “tsunami” de reaçóns que desencadeia, incluindo críticas e elóxios pouco reflexivos, que xá no final da sua vida o matizará com duas mais pensadas “Introduçóns” (à Introduçón) quando o inclui no volume “O Pensamento e o Movente” (1934), que xunta os seus escritos breves relativos ao método do filósofo. E, finalmente, “A Evoluçón Criadora” (1907), opus magnum em que trabalhou dez anos e onde oferece o esperado “suplemento metafísico” à teoria de Darwin. Depois de apresentar a vida como o vínculo real entre todos os corpos vivos, franxa “endosmótica” de encontro entre a consciência e a matéria, Bergson refere as limitaçóns do mecanicismo e do finalismo quando explica a sua evoluçón. Para isso, passa revista aos dados mais relevantes fornecidos pola ciência, o que dá ao libro unha dimensón considerábel (370 páxinas na sua primeira ediçón). Esta série de discussóns leva-o à hipótese de um impulso orixinal finito, unidade primitiva de toda a vida que estaríamos obrigados a pressupor no começo da evoluçón e que, ao infiltrar-se na matéria que encontra perante si, iria dando lugar, por bifurcaçóns sucessivas (embora non igualmente bem-sucedidas), a todas as espécies conhecidas. Neste enquadramento surxe a diferênça entre instinto e intelixência, entendidos como soluçóns diverxentes, igualmente elegantes, para o problema da acçón sobre a matéria. Isso dá razón à concepçón do ser humano, apoxeu da intelixência, como “homo faber”, fabricante de utensílios por excelência (tarefa na qual é assistido pola linguaxem), o seu abandono dos instintos indica-lhe um limite no momento de conhecer a vida a partir de dentro. Por sorte, algo do instinto sobrevive, em estado “virtual”, xuntamente com a intelixência: a intuiçón capaz de captar a essência temporária da vida e que a filosofia tem como tarefa elevar a método de conhecimento. Deste modo, fixam-se as bases para unha superaçón efectiva da condiçón humana: a “intelixência” faz perguntas a que non consegue responder; o “instinto” poderia dar respostas, mas non faz perguntas. É só a “intuiçón” que pergunta e responde, abrindo assim a metafísica a todo um horizonte de descobertas. Non sendo da fácil leitura, o libro constitui um êxito mundial (ia na 52ª ediçón quando o autor morreu) e a sua filosofia difunde-se rapidamente entre todo o tipo de leitores, especialmente na América do Norte, onde além da amizade de William James encontra a simpatia de um público familiarizado com a corrente pragmatísta, com a qual partilha característias próximas. No âmbito académico, por outro lado, desta vez o êxito é visto com desconfiança. Os biólogos mostram-se cépticos perante tanta metafísica. Em filosofia, as posturas polarizam-se rapidamente, o que xerará divisóns inclusive no seio das mesmas correntes. Encontramos um exemplo em Bertrand Russel e Alfred North Whitehead, líderes da escola analítica britânica. Se o primeiro acusa Bergson de substituir o raciocínio pola imaxinaçón e de “querer fazer-nos voltar ao estado de abelhas ou formigas”, o segundo desenvolverá unha “filosofia do processo”, que em mais de um sentido constitui um prolongamento do bergsonismo: conforme lemos em “O Conceito de Natureza” (1920), as cousas constituem passaxens da natureza, e som acontecimentos enquanto este passar “durar”.
ANTONIO DOPAZO GALLEGO