
Os “Milágros de Nuestra Señora” constituie a mais importante e extensa obra de Berceo, e están compostos por vinticinco narraçóns precedidas de unha introduçón alegórica. Trata-se de outros tantos milágres que efectua a Virxem em favor de dos seus devotos, para salvar as suas almas ou protexé-los de algum mal. Um ladrón devoto da Virxem vai ser aforcado, mas a Virxem coloca as suas máns entre o corpo e a corda e salva-o da morte; um monxe afogase nunha torrente ao regressar de unha aventura pecaminosa, mas a Virxem resuscita-o, para que poida fazer penitência e salvar a sua alma; um clérigo ignorante é acusado ante o bispo de non saber outra misa que a da Virxem e som-lhe retiradas as licênças, el acude em demanda de conselho a María, que lhe aparece – indignada – ao bispo e ordena-lhe que permita ao clérigo celebrar a sua misa como tinha por hábito; Teófilo, espécie de Fausto medieval, vende a sua alma ao diábo movido pola cobiça, mas arrepende-se logo e a Virxem resgata o documento de venda; num assunto de dinheiro o “Niño Jesús”, que a Virxem sostém nos seus brazos, fala na defesa do acreedor que a tinha posto como testemunha do seu préstamo; um crégo e um lego tratam de roubar unha igrexa, mas ao intentar o clérigo despoxar a Virxem do seu manto, quedam-lhe as máns pegadas a el, e xa non as pôde despegar, prodixio que lhe vale o perdón da xustiça – ao ser apresado -, pois nele se reconhece a protecçón que a Virxem quería dispensar ao pecador, etc…, etc… Sobre todos estes milágres e lendas piadosas, existía em todos os países da Europa medieval unha abundantíssima literatura latina, da qual som modelos típicos e mais populares o “Speculum Historiale”, de Vicente de Beauvais, a “Leyenda Áurea”, de Jacobo de Vorágine e – em romance francés – “Les Miracles de la Sainte Vierge”, de Gautier de Coincy. O erudícto francés Puymaigre supuso que Berceo tinha tomado os seus temas deste último, mas xá Menéndez y Pelayo fixo notar a improbabilidade, de que o poeta rioxáno houvéra podido conhecer a obra do francés. Parecía mais verossímil que ambos se houbessem inspirado em modelos comúns – de aquí a razón das suas coincidências -. Richard Becker encontrou, efectivamente, na Biblioteca de Copenhague um manuscrípto latino no qual se guardam 24 dos 25 “milágres” relatados por Berceo. Este suprime quatro dos milágres do manuscrípto e xunta pola sua parte o 25 – o último dos que resumímos -, ademais da Introduçón. E logo, segue fielmente incluso a ordem dos que utiliza. Tudo, pois, fai pensar que Berceo se servíu -como Gautier de Coincy- de algum texto latino similar ao de Copenhague, de grande circulaçón por toda a Europa daquel tempo.
J. L. ALBORG