
Rousseau non se singulariza por satisfazer a nossa vertente sentimental no meio do culto iluminista à razón. A escola escocesa xá o tinha feito e Adam Smith escreveu unha obra intitulada “A Teoria dos Sentimentos Morais”. Os enciclopedistas franceses também non menosprezaram por completo o papel das paixóns, nomeadamente os pensadores materialistas de quem nos fala Philipp Blom no seu libro “Gente Perigosa. O radicalismo esquecido do Iluminismo Europeu” (A Wicked Company: The Forgotten Radicalism of the European Enlightenment). Diderot, sem ir mais lonxe, abre assim os seus “Pensamentos Filosóficos”: “Vilipendiam unha e outra vez as paixóns; acusam-nas de todos os males do home, esquecendo que também som a fonte de todos os seus prazeres. E mais, só as paixóns, as maiores, podem elevar a alma até às cousas mais sublimes”. O próprio Kant non deixará de se referir ao entusiasmo, apesar de sublinhar o seu carácter ambivalente e os seus perigos, ao considerar a Revoluçón Francesa como um marco histórico memorábel. Estava no ar. A razón seria divinizada como Ser Supremo por Robespierre, mas nenhum iluminista europeu podia desdenhar o sentimento nem as paixóns ou as tendências, mesmo sendo para tentar pôr entraves a estas últimas, apelidando-as de “patolóxicas”. Os iluminista escoceses, franceses e alemáns deram um bom testemunho a esse respeito. O que caracterizou Rousseau foi converter sentimentos como o “amor” de si ou a “piedade” em eixos da sua doutrina política, mas o que sobretudo o singulariza, especialmente no que aqui abordamos, é o empenho por imprimir unha “viraxem afectiva” a todos e cada um dos seus textos, independentemente do conteúdo e de se tratar de um texto com que concorre a um prémio académico, um romance, unhas cartas, um tratado sobre política ou um ensaio pedagóxico. De alguma maneira, estava consciente de que as alteraçóns profundas e radicais que a humanidade vivencia partem de um estímulo sentimental. Nada mudará, por exemplo, a respeito das causas responsáveis pela desigualdade humana, se esta for percebida como unha questón de facto perante a qual non resta outra opçón senón aceitá-la com resignaçón. Rousseau estava muito consciente da importância do estilo, de unha retórica que soubesse activar com eficácia os afectos do destinatário. De facto, nos seus “Fragmentos Autobiográficos” assegura, como xá sabemos: “O meu estilo fará ele próprio parte da minha história”.
ROBERTO R. ARAMAYO