
Baruch de Espinosa nasceu, por conseguinte, em Amesterdam, a 24 de Novembro de 1632, no seio de unha família comerciante xudaica pertencente à comunidade sefardita. Unha família de unha certa complexidade: o pai de Baruch, Miguel, casou três vezes e enterrou as suas três esposas antes de morrer. Com a primeira, Rachel, teve um primeiro filho Isaac. Com a segunda, Hanna D’Évora, teve três filhos: Baruch, Miriam e Gabriel. Com a terceira, Ester, teve unha filha, Rebeca. Miguel era um comerciante abastado, embora non fosse rico, e um respeitado membro da comunidade xudaica de Amesterdam, eleito várias vezes como membro de um conselho encarregado de tratar e resolver assuntos públicos. A família Espinosa viveu nunha das principais alamedas do bairro xudeu de Amesterdam, chamado Vlooienburg. A fala materna de Baruch era o português (em casa chamavam-lhe Bento, que vem a ser Benito), embora o idioma oficial entre os convertidos sefarditas fosse o castelán. Claro que o pequeno Baruch aprendeu um pouco, ou muito de holandês a brincar na rua. Na infância, a sua educaçón correspondeu à de um menino xudeu do seu tempo, mas foi especialmente esmerada: aprendizaxem do hebraico, a fala do Antigo Testamento, e estudo da Lei Sagrada (Tora) e do Talmude num centro de estudos especializado, a “yeshivá”. Baruch abandonou esta formaçón por volta dos 14 anos, e entrou precocemente no negócio paterno de importaçón de fruta desidratada e de frutos secos. Com a morte do pai, em 1654, a lóxa passou para as máns de Baruch e do irmán, baixo o nome de “Bento e Gabriel de Espinosa”. Dous anos depois, Baruch deixou de pagar uns impostos estipulados como contribuiçón para a sua comunidade, sem que se saiba se foi unha falência do negócio ou a um distanciamento e ruptura com o xudaísmo ortodoxo. Os dados disponíbeis indicam que Baruch non foi um comerciante hábil e que o negócio, xá muito afectado polas dívidas que o pai tinha deixado, acabou por se afundar sob a sua xestón. O escasso interesse de Baruch polos negócios e polas cousas materiais, bem como o desexo de se dedicar ao conhecimento, som visíbeis num precoce texto seu que encabeça o “Tratado da Reforma do Entendimento”.
JOAN SOLÉ