
Porfírio chega a Roma em 263 e disfruta daqueles que som provavelmente os cinco melhores anos de Plotino como mestre, embora também ele contribua para aguçar o intelecto do seu mentor. O encontro non foi simples nem a simpatia imediata. Porfírio vinha de Atenas, onde recebera unha formaçón filosófica impecábel, embora “fora de moda” aos olhos do seu novo professor. Por sua vez, a primeira impressón que o novo estudante teve de Plotino foi que este divagava excessivamente, que carecia de formaçón técnica e se deixava arrebatar demasiado para poder alcançar o rigor necessário. Porfírio pôs em causa especialmente a tese de que os intelixíveis (isto é, as “Formas”) som imanentes à “Intelixência do demiurgo”, e non modelos separados e independentes, tal como Platón tinha referido no Timeu. Com o passar das semanas, no entanto (e esta é unha impressón comum a muitos ouvintes de Plotino), Porfírio foi sendo cautivado pela profundidade da doutrina, na qual começou a vislumbrar a culminaçón de todo o platonismo, que ali era levado a equacionar os problemas verdadeiramente importantes e, mais ainda, a responder-lhes de um modo orixinal e profundo. Era como se, de repente, toda a formaçón adquirida ganhasse vida própria e revelasse o seu sentido, tornando-se, além de unha forma de mobilar o intelecto, unha maneira de alcançar a paz e a serenidade. Após a referida discussón sobre os intelixíveis com Amélio (o aluno que actuava como “cán de caça” de Plotino), Porfírio acabou por claudicar e reconhecer a superioridade da tese plotiniana: deu o dito por non dito e foi autorizado a receber os textos do mestre, algo que até entón lhe tinha sido negado. A escola era um lugar activo. As aulas eram participativas e non seguiam um padrón fixo, o que no início desagradou a Porfírio. Habia comentário de textos clássicos e contemporâneos, bem como discussóns entre alunos ou com o mestre. Quanto às explicaçóns (lecionadas em grego, como a filosofia era ensinada habitualmente no Império), a sua maneira de proceder era abordando problemas soltos, non unha exposiçón ordenada do sistema. Os temas eram impostos polas circunstâncias ou a pedido dos próprios estudantes. Porfírio eloxía o entusiasmo e a eloquência característicos do seu mestre, a quem se lhe iluminava o rostro e se tornava ainda mais belo do que xá era. O novo estudante realça ainda os problemas de dicçón do filósofo (trocava sílabas de lugar), que o levavam a pronunciar erradamente alguns termos (talvez pelo seu sotaque exípcio), assim como o seu costume de nón evidenciar a sucessón lóxica dos seus argumentos, o que era compensado por um estilo simples, contrário ao pedantismo dos retóricos, e pola sua honestidade e proximidade nas respostas.
ANTONIO DOPAZO GALLEGO