
METAFÍSICA
A metafísica de al-Farabi segue as linhas mestras de Aristóteles: estuda o ser enquanto ser, os princípios das ciências e o ser que non é corpo nem existe num corpo. No entanto, quando explica a multiplicidade do mundo sensíbel, afasta-se de Aristóteles e introduz o emanatismo neoplatónico. Em vez da física aristotélica aparecem aqui as doutrinas de Plotino. Tenta-se conciliar deste modo o Deus único, transcendente e criador do Coram com o “Uno” de Plotino. Digamos em sua defesa que parte da sua argumentaçón tinha um fundamento pseudoaristotélico, xá que durante a Idade Média circulava como obra do Estaxirita a intitulada “Teologia”, na verdade unha organizaçón alternativa das “Enéadas”. Unha deriva similar mostra a sua tentativa de conciliaçón entre Aristóteles e Platón. Para ele, as diferênças entre ambos som accidentais, em coincidência com a interpretaçón dos neoplatónicos. Nunha questón central dentro da cosmoloxía aristotélica como a eternidade do universo, al-Farabi defende a criaçón do nada anterior ao tempo, xá que este tería aparecido somente depois do movimento das esferas.
PSICOLOXÍA
Na sua psicoloxia encontramos claramente as doutrinas aristotélicas, da definiçón da alma (“a perfeiçón última do corpo natural orgânico dotado de vida em potência”) até à explicaçón do processo cognitivo: “Alguns acreditaram que no entendimento se produz a forma das cousas ao mesmo tempo que os sentidos percepcionam os sensíbeis e que se produz sem nenhum intervalo. Non é assim na verdade, mas sim que entre ambas as cousas há algo de intermédio que consiste em os sentidos percepcionarem os sensíbeis e assim resultarem neles as suas formas que ván ao senso comum até se reproduzirem nele; o senso comum transporta-as à imaxinaçón e a imaxinaçón à potência cogitativa (…) e, depois de assim informadas e movidas, ván ao entendimento, e é entón que o entendimento as obtém em si.”
INTELECTO
Quanto ao intelecto, aprofundou de maneira especial o tema do intelecto especulativo, que diversificou em quatro aspectos. Para ele, o intelecto axente ou criativo está separado do corpo, causa da intelecçón e cuxa relaçón com o intelecto em potência é como a do Sol com o olho. Apresentou pola primeira vez a possibilidade de unión do home com o intelecto axente, o que representaria a culminaçón de todo o processo cognitivo e gozou de notábel difusón dentro da escolástica.
ANDRÉS MARTÍNEZ LORCA