Arquivos diarios: 02/09/2022

KANT (O CONFLICTO DAS FACULDADES)

A significaçón global da “filosofia crítica” consiste em instituir o ideal iluminado do ser humano autónomo e responsábel nas suas actividades cognoscitivas e nas suas acçóns, liberto xá dos grilhóns medievais que continuavam a submetê-lo à instância divina. Em nenhum lugar Kant o expressou tán bem como na sua última obra, “O Conflicto das Faculdades”. A filosofia non é unha ciência das representaçóns, conceitos e ideias, ou unha ciência de todas as ciências, ou ainda algo de semelhante, mas unha ciência do home, do seu representar, pensar e axir; debe apresentar o home em todas as suas partes constitutivas, tal como é e debe ser, isto é, tanto segundo as suas determinaçóns naturais como também segundo a sua condiçón de moralidade e liberdade. A filosofia antiga adoptou um ponto de vista completamente inadequado no que respeita ao ser humano no mundo, porque o converte nunha máquina em si, que, como tal, tinha de ser completamente dependente do mundo ou de cousas e circunstâncias externas; assim, fez do ser humano, practicamente. unha parte passiva do mundo. Apareceu entón a “Crítica da Razón” e atribuiu ao home no mundo unha existência plenamente activa. O próprio home é orixinariamente criador de todas as suas representaçóns e conceitos, e debe ser o único autor de todas as suas acçóns. Nisto radica o essencial de Kant: em situar o home no centro da reflexón, tanto no conhecimento, como na ética e na relixión. A estas três dimensóns humanas correspondem as três perguntas essenciais que formulou – o que posso saber? O que debo fazer? O que me é permitido esperar? – que podem resumir-se a apenas unha: o que é o home?

JOAN SOLÉ