GALLEIRA (28)

MONUMENTOS MEGALÍTICOS

Podem desde logo reducir-se a só duas clásses ou grupos, xá pola abundância e acusado aspecto dos que existem, xá porque os demais monumentos de pedra que se conservam em países por completo célticos som escassos entre nós e ainda así e tudo non muito caracterizados. Os dólmens e os grandes bloques erráticos ou non, estes últimos considerados como altares naturais e como rochas vacilantes, atopam-se em tal número, que pode afirmar-se que constituiem de por sí sôs a maioria dos nossos monumentos megalíticos. Cromlechs ou pedras cravadas em círculo, ainda que se encontram alguns, non sempre som dignos de maior atençón. Alinhamentos, ainda menos. E non é que non os houbera ou que non existam todavía, senón que non se encontrarom ou non forom asinalados debidamente. Onde vai o “Stone-Henge” que se vía em Portugal a finais do passado século? Onde o notábel alinhamento que no antigo caminho de Noya cara às Torres de Altamira, levantaba no meio da chaira as suas grandes pedras há apenas trinta anos? Onde em fim, aqueles outros de que se conserva memória e desaparecerom graças ao crescente desarrolho, que estes últimos tempos alcançou o cultivo na Galiza? Perecerom sem dúvida algunha baixo a dupla acçón da igrexa e da indiferênça pública; da igrexa porque conservavam ós olhos do vulgo algo da sua antiga significaçón, permanecendo unidas às velhas crênças populares; da indiferênça pública quando xá nada diziam nem significabam. Os “Altares Naturais” – um dos escritores que com mais eloquência e melhor ánimo emprendeu a vindicaçón dos monumentos e das cousas célticas, asegura que as rochas com estanque (“Roc Basson” dos antiquários ingleses) non lhe parecerom obra dos homes. Quando este autor, trás largo e apaixonado estudo chegou a tán terminante conclusón, talvés pareça temerário que haxa quem persista em ver em algúns destes enormes bloques com estanque e desaguadeiro, o monumento relixioso por excelência, um altar de sacrificio. Mas, non se debe extranhar, pese à corrente que – depois de haber visto em cada rocha com concavidades mais ou menos pronunciadas, um altar druídico -, non quere agora encontrálos em parte algunha, existem ao menos no nosso país as suficientes e em extremo caracterizadas, para que se poida assegurar que, se as que hoxe conhecemos non tiverom todas o emprego que se lhes asigna, há non obstânte muitas nas quais concorre tán especiais circunstâncias que sería loucura negar que tenham podido servir ao celta galego de pedras ou aras de sacrificio.

MANUEL MURGUÍA

Deixar un comentario