WITTGENSTEIN (NON SER ORIXINAL)

Wittgenstein incluiu Kraus nunha enigmática enumeraçón de dez nomes, onde figuravam dous outros membros da nossa lista de críticos modernos: Weininger e Loos. O que tem de especial essa relaçón? Isto: após afirmar nunca ter tido unha ideia orixinal, Wittgenstein, considerado um xénio, disse ter desenvolvido o seu trabalho de clarificaçón – e toda a sua filosofia non se propôm outra cousa que non sexa clarificar – a partir da influênça dos físicos Ludwig Boltzmann e Heinrich Hertz, do filósofo Arthur Schopenhauer, dos xá mencionados Frege, Russell, Kraus, Loos e Weininger, do historiador e filósofo Oswald Spengler e do economista Piero Sraffa. A que se debia a sua falta de orixinalidade? Segundo Wittgenstein, estaba directamente relacionada com a sua condiçón de xudeu. O que queria dizer? Baseaba-se na ideia de que o xudeo partia sempre do trabalho alheio. “Non produzirá” – dizia Wittgenstein – “nem a mais pequena flor, mas um desenho da flor.” No entanto, era capaz de entender o essencial das ideias alheias melhor do que o seu próprio autor e de desenvolver os aspectos ainda por explorar. Wittgenstein usou esta comparaçón para esclarecer que a grandeza da sua filosofia consistia em ter apreciado, nas ideias de outros, aspectos que eles mesmos tinham ignorado. Entender a natureza destas influênças resulta fundamental para abordar o pensamento de Wittgenstein e a isso se dedicam os dous capítulos seguintes. Voltemos a Kraus. Nos seus esforços para delimitar o âmbito do literário, vislumbra-se unha semente da preocupaçón polo conceito de limite que marcou toda a filosofia de Wittgenstein. Tentando, precisamente, estabelecer limites no uso da linguaxem, Wittgenstein fez seu o hábito krausiano de tomar a palabra do seu rival tal qual e “mostrar” o seu carácter moral através de aforismos e non de argumentaçóns. Tal como Kraus, Wittgenstein mostrou a inconsistência da gramática superficial da linguaxem (essa que non atende ao uso que se faz da palabra em questón e que se fica pela mera aparência, que trata indistintamente as palabras “tempo” e “mosca”, por exemplo, apesar das enormes diferênças entre afirmar “o tempo voa”, e “a mosca voa”! ), pondo-a em evidência, algo de que encontramos numerosos exemplos nas “Investigaçóns”. Do mesmo modo, nenhum deles concebia descontinuidade algunha entre o gramatical e o ético. Por isso, ambos coincidiam em que o estilo é o próprio home.

CARLA CARMONA

Deixar un comentario