HETERODOXOS (1)

HEREXES LIBELÁTICOS: BASÍLIDES E MARCIAL

Durante a perseguiçón de Decio (antes do ano 254) coubo a triste sorte de inaugurar o catálogo dos “apóstatas” aos bispos Basílides de Astorga e Marcial de Mérida: caída muito ruidosa polas circunstâncias que a acompanharom. Cristianos pusilânimes e temerosos da perseguiçón, non duvidaron estes bispos pedir aos maxistrados xentís o que se chamaba um “libelo”, certificaçón ou patente, que os punha a coberto das perseguiçóns aos cristáns. Como se tivessem idolatrado. Mirabam os fieis com horror esta espécie de apostasía, ainda que arrincada pola forza das circunstâncias, aos reus de tal pecado chamabam “libelácticos”, para diferênciá-los dos que chegavam a adorar aos ídolos, e recebiam por ende o desonrroso nome de “sacrificados ou sacrifículos”. (…) Non se detiverom aqui Marcial e Basílides. O primeiro fixo actos públicos de paganismo, enterrando os seus filhos em lugares profanos, assistindo aos convites dos xentís e manchando-se com as suas abominaçóns, finalmente, renegando da fé ante o procurador “ducenário” da sua província. (…) As Igrexas de Astorga e Mérida acordarom a sua deposiçón, e reunidos os bispos comarcanos, “cum assensu plebis”, como era uso e costûme, elexirom como sucessores a Sabino y a Félix. (…) Mas, determinado Basílides a recobrar a sua cadeira, foi-se a Roma, onde com artifícios e falsas relaçóns conseguíu enganar o papa Estéfano I, que mandou restituir-lhe o seu bispado, por ser a deposiçón anticanónica. Esta foi a primeira apelaçón a Roma que encontramos na nossa história. (…) Metidas em tal conflicto, as Igrexas espanholas consultarom ao bispo de Cartago, San Cipriano, “lumbrera” da cristandade no século III. Entre Espanha e o que depois se chamou Mauritania Tingitana, as relaçóns eram fáceis e continuadas. (…) Consultou San Cipriano aos trinta e seis bispos de África, e foi decisón unánime que a deposiçón dos apóstatas era lexítima, sem que pudesse facer forza em contrario o rescripto pontificio, dado que estaba em vigor a constituiçón do papa San Cornelio, que non os admitía ao ministério sacerdotal. (…) Esta carta foi escrita no ano 254, imperando Valeriano, e é o único documento que temos sobre este asunto

MARCELINO MENENDEZ PELAYO

Deixar un comentario