MANDEVILLE (A COLMEIA RUIDOSA OU A REDENÇÓN DOS CANALHAS)

Em 1742, o filósofo, médico, e economista Bernard Mandeville publicou a sua famosa obra a “Fábula das Abelhas”, unha provocadora defesa do consumo e da necessidade dos vícios, contra a qual Berkeley arremeteu com dureza no “Alciphron” ou o “Filósofo Minucioso”. A “Fábula das Abelhas” foi qualificado como o libro mais malvado e intelixente da língua inglesa, e até Samuel Johnson reconheceu que a sua leitura lhe tinha ampliado muito a visón da vida real. Mandeville demorou vinte e quatro anos a elaborar a “Fábula das Abelhas”, que começou como um livrinho de vintiseis páxinas publicado sob anonimato, em 1705, com o atraente título de “A Colmeia Ruidosa ou a Redençón dos Canalhas”. Anos mais tarde, após sucessivos acrescentos, assumio o título de “Fábula das Abelhas, Vícios Privados, Benefícios Públicos”. Esta obra, fundamentada na experiência directa, mostra, de unha maneira orixinal, as contradiçóns da sua época. Utilizando a alegoria de unha colmeia, descreve o egoísmo e a perversidade de todos os seus membros e defende que o vício é o fundamento da prosperidade e do benefício, entendendo por tal tudo aquilo que contribui para o enriquecimento e a felicidade da naçón. A obra é, na verdade, unha profunda análise da virtude moral e da natureza da sociedade, e nela se conclui que é impossíbel unha sociedade ser florescente e, ao mesmo tempo, virtuosa. Muito em conformidade com a efervescência do luxo e dos vícios sociais que tinha lugar na época de Mandeville, a obra é um canto ao utilitarismo moral como impulsor do lucro económico. A moral da “Fábula” é que na grande colmeia do mundo há que medrar, qual videira avara, seca e retorcida, mas que dá vinho abundante; só os tolos se esforçam por fazer de unha grande colmeia unha colmeia honrada. O utilitarismo moral de Mandeville e a sua influência sobre as ideias económicas através da defesa do luxo, da divisón do trabalho ou da filosofia do “laissez-faire”, non agradarom a muitos autores, que se lançarom a mostrar que, contrariamente à posiçón de Mandeville, a virtude nunha “sociedade de mercado” é possíbel e que sem vício também pode haber paraíso.

LUIS ALFONSO IGLESIAS HUELGA

Deixar un comentario