
Em 1414, os Medici conseguiram tornar-se nos banqueiros papais, o que funcionou como impulso definitivo para o seu poder. Poucos anos depois, Cosme, o velho, filho de Joan, xá encabeçaba a lista dos homes mais ricos da Europa. E como costuma ser comum em sociedades muito desiguais, a riqueza de Cosme também lhe serviu para, mais tarde ou mais cedo, fazer do governo de Florença o seu próprio negócio. Como o conseguiu? Manipulando o sistema de nomeaçón dos candidatos ao principal orgań de governo da cidade, a “Signoria”, que depois eram referendados por votaçón do “Grande Conselho” como um mero trâmite. No ano em que Machiavelli nasceu, quem herdou o poder foi Lourenço, neto de Cosme, que deu orixem à verdadeira idade de Ouro do Resurximento em Florença. Foi o mais importante de todos os príncipes da família Medici, algo que lhe valeu o cognome de “o Magnífico”. Apesar de, em boa verdade, ter sido muito mais magnífico com Deus – e com a cultura – do que com os lucros dos seus libros de contabilidade. Porque durante o seu principado, a importância do banco Medici decaiu notoriamente. Tal como o seu avô, Lourenço deu continuidade ao proxecto de modificar as instituiçóns do governo da cidade, neste caso criando um novo “Conselho dos Setenta” cuxa finalidade non era outra senón limitar os poderes da “Signoria”.
IGNACIO ITURRALDE BLANCO