
Os clérigos e o seu “mester”. Frente ao “mester de xugraría” caracterizado, como vimos, polo contído popular e a irregularidade métrica, surxe no século XIII unha nova escola narrativa de carácter erudicto: o chamado “mester de clerecía”, cultivado por clérigos, ainda que entendendo sempre por tais non só a quem o eram propriamente, senon também – segundo a conhecida definiçón – a todo home culto e letrado, que albergára a educaçón “latino-eclesiástica”. Os cabaleiros, o mesmo que os reis, viviam entregados quase com exclusividade aos negócios da política e ao oficio das armas, e com frequência desconheciam até os rudimentos da ecritura; durante os séculos da Alta Idade Média, sobre tudo, forom numerosos os monarcas que non soubérom firmar. 0 “povo” pola sua parte, entendido inclúso no seu mais âmplo sentido de classe média ou burguesa, tería de passar um longo tempo antes de incorporar-se ao mundo da cultura literária com o nascimento e dessarrolho das cidades. O saber é pechado, pois, dentro de mosteiros durante séculos, clerecía e saber passam a ser quase sinónimos. Estes “clérigos” letrados, tinham escrito até enton as suas obras em latím, mas debido ao uso crescente da fala românce e, por tanto, ao feito de que cada dia decrescía o número dos que entendiam a fala clássica, acabarom por descender ao cultivo da fala popular, com o propósito de difundir entre as xentes o saber que atesouravam as suas bibliotecas: “Quiero fer una prossa en román paladino / en el qual suele el pueblo fablar a su veçino…”/, afirma Gonzalo de Berceo no começo da sua “Vida de Santo Domingo de Silos. E ao princípio do “Martyrio de Sant Laurençio” escrebe: “Quiero fer la passión de sennor Sant Laurent/ en romanz que la pueda saber toda la gent…”/. O “mester de clerecía” non desprazou, senón que coexistíu com o de xugraría e com as diversas formas e escolas líricas, mas sem confundir-se xamais com elas. Mantivo sempre o seu carácter peculiar e non foi nunca nem a poesía do povo, nem a da classe militar, e muito menos – como tantas vezes a lírica – , mera letra de cancións para as festas e diversóns da multidón. Non obstânte, a separaçón entre um e outro mester – o de “xugraría” e o de “clerecía” – non sempre é tán radical como podería parecer a primeira vista. Para xá empregam o mesmo idioma e están dirixidos a um mesmo tipo de público; ademais, non é infrequênte que os “clérigos” utilicem temas extraídos da canteira popular ou da tradiçón épica, ao menos como elementos accesórios. Por outra parte, a sua condiçón de vulgarizadores de temas relixiosos ou erudictos converte aos “clérigos” em competidores ou rivais dos xugráres andariegos, com a sua bagaxe de espectáculo e diversón. Existe unha como “xugraría ad divino” que pretende – disputando a “clientela” – contrarrestar com os seus relatos os efeitos que entón eram considerados pecaminosos, e até profundamente inmorais, do xugrar profano. Berceo chama-se a sí mesmo xugrar de Santo Domingo e trovador da Virxem. E ao explicar as razóns do mester que cultiva, pede aos seus ouvintes – nos conhecidíssimos versos – unha recompensa polo seu trabalho, como o mais modesto xugrar: “…bien valdrá, como creo, um vaso de bon vino.”
J. L. ALBORG