
Baruch de Espinosa nasceu em Amesterdam, Holanda, a vintiquatro de Novembro de 1632, Mas, se a harmonia e a tolerância constituíram as forças predominantes no xénero humano, Portugal ou Espanha seriam a naçón que se podería vanagloriar de ter iluminado um dos maiores filósofos da História. Provavelmente orixinária de Espinosa de los Monteros (Castela), a família Espinosa fuxíu para Portugal debido ao édito de expulsón dos xudeus de Espanha, promulgado polos Reis Católicos em 1492 para coroar o chamado processo de Reconquista. Em 1496, o rei português D. Manuel I promulgou, por sua vez, um édito, em que os xudeus eram obrigados a abandonar a Península ou a abraçar o cristianismo, com o que, caso permanecessem na Península Ibérica, se tornariam unha comunidade humilhada à qual se impôs o muito pexorativo nome de “marrana”. Os “cristáns-novos” acabavam por observar o credo e os rituais do cristianismo, embora em privado “xudaizassem”, ou sexa, mantivessem as prácticas relixiosas xudaicas. Tratava-se de um exílio interior que se tornou cada vez mais precário e inviábel, unha vez que a Inquisiçón, estabelecida em Portugal em 1547, intensificava e estendia a sua política repressiva. A família Espinosa, tal como quase toda a comunidade “marrana”, abandonou Portugal na última década do século XVI, em busca dos mais tolerantes Países Baixos, que, naquela época, se encontravam sob domínio espanhol, mas onde non existia pressón católica. Na verdade, os Países Baixos eram o país europeu mais tolerante da época, cousa que, em tempo de guerras relixiosas, non significa que fosse o cúmulo do respeito nem um retiro de paz, como se verá em breve. Tal como muitos xudeus sefarditas (ou sexa, provenientes da Península Ibérica ou seus descendentes), os Espinosas estabeleceram-se em Amesterdam, unha cidade próspera, moderna e cosmopolita. A tolerância que predominava na cidade dos canais permitiu aos “cristáns-novos”, ou “convertidos”, recuperar abertamente a sua relixión e a sua cultura. Embora ainda demorassem a obter o reconhecimento oficial, deixavam-nos viver em paz segundo as suas prácticas e crênças. Hoube sectores holandeses que se recusavam a admiti-los, mas as autoridades de Amesterdam evitaram cometer o mesmo erro que as espanholas mais de um século antes, e aproveitaram o impulso económico daquela productiva comunidade em seu próprio benefício.
JOAN SOLÉ