Arquivos diarios: 04/07/2022

BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO (11)

O que, do nosso ponto de vista, parece extraordinário é a forma espantosa como tudo se confabulou a nosso favor. Se tudo tivesse acontecido de unha forma lixeiramente diferente – se a gravidade fosse mais fraca ou mais forte, se a expansón se tivesse produzido mais depressa ou mais devagar -, entón talvez nunca tivessem sido criados elementos suficientemente estáveis para nos formar, a sí, e a mim e ao ambiente que nos rodeia. Se a gravidade fosse um nada mais forte, o universo podería ter colapsado como unha tenda de campanha mal montada, non tendo exactamente os valores certos para lhe dar as dimensóns, a densidade e os componentes certos. Se, por outro lado, a gravidade, tivesse sido mais fraca, nada se teria unido e o universo teria permanecido para sempre um vácuo informe e sem vida. Esta é unha das razóns por que alguns especialistas acreditam que debe ter habido muitos outros “big bangs”, talvez bilións e bilións deles, espalhados polo enorme período da eternidade, e que a razón pola qual existimos neste universo em particular é somente por ela ser possíbel neste universo, e neste apenas. “Em resposta à pergunta ¿por que é que isto aconteceu? , ponho a modesta hipótese de o nosso universo ser apenas unha dessas cousas que acontecem de tempos em tempos,” disse Edward P. Tryon, da Universidade de Columbia. A que Guth acrescentou: “Apesar de a criaçón de um universo parecer muito pouco provábel, Tryon sublinhou o facto de nunca ninguém ter contado as tentativas falhadas.” O astrónomo da Coroa inglesa, Martin Rees, acredita que há vários universos, possivelmente um número infinito deles, cada um com atributos e combinaçóns diferentes, e que nós vivemos simplesmente naquele que combina as características que nos permitem existir. Ele faz unha analoxia com unha grande loxa de roupa: “Non é surpreendente que encontre a roupa ideal quando a variedade de “stock” é grande. Se houber muitos universos, cada um governado por um conxunto diferente de números, vai haber necessariamente um conxunto adequado à vida. É nesse conxunto que nos encontramos.” Rees afirma que existem seis números que xerem o nosso universo, e que se algum desses valores fosse lixeiramente alterado sequer, as cousas poderiam deixar de ser o que som. Por exemplo, para que o universo exista como tal, é necessário que o hidroxénio sexa convertido em hélio de forma precisa – especificamente, de maneira a converter sete milésimos da sua massa em enerxia. Se esse valor baixasse lixeiramente – de 0,007 para 0,006 por cento, por exemplo – , non haberia qualquer transformaçón: o universo consistiria em Hidroxénio e nada mais. Aumentando o valor lixeiramente – para 0,008 por cento – o processo de ligaçón teria sido de tal forma xeneralizado que o hidroxénio xá tería desaparecido há muito tempo. Em ambos os casos, bastaria unha lixeira alteraçón de valores para que o universo, tal como o conhecemos e necessitamos, non existisse.

BILL BRYSON