HEGEL (UM SARÂMPO POLO QUAL É OBRIGATÓRIO PASSAR)

Georg Wilhelm Friedrich Hegel nasce em Estugarda, em 1770, no seio de unha família abastada, xá que o seu pai era um alto funcionário das finanças. Tem apenas 12 anos quando, em 1782, surpreende os seus professores ao citar acertadamente um dos filósofos mais em voga na época, Christian Wolff (1679-1754), racionalista radical influênciado por Descartes e Leibniz e referência absolucta na filosofía de Kant. Grande entusiasta dos autores clássicos, com 15 anos dá início a um diário intelectual no qual vai alternando o latim e o alemán. Aos 17 anos, escrebe um opúsculo onde compara as relixións dos gregos e dos romanos, seguido de outro no qual estabelece diferênças entre os poetas antigos e os modernos. Também se interessa por teoloxía, o que o leva a solicitar, e obter, unha bolsa ducal para o seminário de Tubinga. Hegel tem entón 18 anos e permanecerá cinco anos em Tubinga, xunto a condiscípulos entre os quais se contam os espíritos mais promissores do seu tempo: o poeta Johann Christian Friedrich Hölderlin (1770-1843) e o filósofo Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling (1775-1854), espírito precoce que precederia Hegel em notoriedade. Vários acontecimentos importântes têm lugar durante esses anos de formaçón. Ao seminário de Tubinga chegam os ecos do acontecimento social da época e talvez de muitas épocas: a tomada da Bastilha em Paris, a Revoluçón, a queda da monarquia… Tudo isso é vivido com grande emoçón polos xovens seminaristas. Aparentemente, em 1791 (isto é, em plena efervesçência revolucionária) Hegel e Schelling plantaram unha árbore da liberdade nos arredores de Tubinga. Mas há algo mais. Ao seminário chegam também os ecos de um debate cultural e, mais concretamente , filosófico. A kantiana “Crítica da Razón Pura”, cuxa primeira ediçón data de 1781, e é reeditada em 1787 com um novo e importante prefácio. Um ano depois aparece a “Crítica da Razón Práctica” e, em 1790, é a vez do terceiro pilar da construçón kantiana, a “Crítica do Xuíço”. Nesse mesmo ano, Hegel obtêm o seu diploma superior “Magister Philosophiae”. As autoridades académicas apelidam com despeito a obra de Kant de “nova filosofia”, mas o seu interesse non escapa aos condiscípulos de Tubinga, em particular a Hegel, que se afasta pouco a pouco da ortodoxia encarnada por Wolff.

VÍCTOR GÓMEZ PIN

Deixar un comentario