
Em todo o caso, qual é a relaçón entre as impressóns e as ideias? O facto de Hume descrever as ideias – embora, como acabámos de dizer, de unha maneira non muito precisa – como “imaxens débeis” xá nos permite adivinhar a sua resposta: as nossas ideias som cópias das nossas impressóns, o que equivale a dizer que é impossíbel “pensar” algo que non tenhamos “sentido” previamente com os nossos sentidos externos ou internos. Um cego non sabe nada de cores nem um surdo de sons. Simplesmente, a essas pessoas falta-lhes a experiência orixinal. Da mesma forma, a alguém que xamais tenha sentido ciúme (ou a dor causada pola morte de um filho) poderia dizer-se, xustamente, que non sabe o que significam estes sentimentos. A formulaçón tecnicamente mais correcta que nos oferece Hume sobre este princípio de que as ideias copiam as impressóns é a seguinte: “Todas as nossas ideias simples, na sua primeira apariçón, derivam de impressóns simples, às quais correspondem e que elas representam exactamente”. Hume, de facto, reconhece que se pode imaxinar unha cidade como Nova Jerusalém, cuxo pavimento era de ouro e cuxos muros estam construídos com rubis, apesar de nunca se ter visto tal cidade. Isto é, trata.se de unha ideia complexa à qual non corresponde qualquer impressón complexa. Mas é unha ideia formada por ideias simples que remetem para as suas correspondentes impressóns. Em suma, o que este princípio da cópia nos diz é que a experiência tem de fornecer todos os materiais do pensar. Por isso, qualificamos Hume como “empirista”. O que nos leva ao mesmo tempo a unha questón interessante. Acabámos de dizer que as ideias provêm das impressóns, quer por serem cópias débeis das mesmas – como se fossem perdendo intensidade – , quer por, ao serem ideias complexas, serem elaboradas com outras ideias mais simples que, ao mesmo tempo, som cópias de impressóns. Mas, e as impressóns? De onde procedem? As de reflexón non apresentam problema algum, pois surxem no meu interior (o amor, o ódio, etc…). Mas, e as de sensaçón? Hume vai afirmar taxativamente que desconhecemos as causas orixinárias das impressóns dos nossos sentidos. Todos acreditamos que som producto, na nossa mente, da acçón de um mundo exterior que elas representam. Mas podemos ter a certeza disso? Quem nos diz que non têm a sua orixem nunha divindade que as coloca na minha mente? Podemos verdadeiramente excluir essa possibilidade ou rexeitar que sexam um producto da nossa própria mente, unha espécie de alucinaçón? Do ponto de vista estrictamente teórico, talvez estas sexam opçóns que non possamos descartar, mas acreditamos verdadeiramente nelas, levamo-las a sério? Para Hume esta é a pergunta importante, e aqui tem de se admitir que o escepticismo non se pode refutar, embora, ao mesmo tempo, também non nos convença. Mais tarde, veremos como Hume expressa com grande dramatismo esta situaçón, mas antes devemos aprofundar mais as implicaçóns escépticas desse princípio de derivaçón das ideias a respeito das impressóns. O próprio Hume vai propor o seguinte critério de significado: Quando suspeitamos que um termo filosófico está a ser utilizado sem nenhum significado ou ideia (o que é muito frequente), debemos apenas perguntar: “de que impressón deriva essa suposta ideia?” E, se for impossíbel designar unha, isto servirá para confirmar a nossa suspeita.
GERARDO LÓPEZ SASTRE