
Durante os anos setenta, Rorty leu Kuhn, que em 1962 publicara a lendária “A Estrutura das Revoluçóns Científicas”, e também Feyerabend, cuxo renovador “Contra o Método” aparecerá em 1875. Tanto Kuhn como Feyerabend axudaram Rorty a distanciar-se non só de reformadores do empirismo lóxico como Quine, mas também de outros pensadores, como Karl Popper, que também tinham ido mais além do positivismo em nome do racionalismo (a sua “A Lóxica da Pesquisa Científica” adquiriu mais influência depois de traduzida para inglês em 1959 e, sobretudo, a partir da sua segunda ediçón de 1968). Kuhn e Feyerabend tinham pensamentos muito diferentes, mas igualmente úteis para questionar a ideia de que a ciência é a suprema exemplificaçón da noçón do “progresso” (entendido como passaxem do erro para a verdade), e a de que esse progresso é possível graças à aplicaçón do método científico. Efectivamente, segundo Kuhn, a história da ciência non é um processo de acumulaçón de conhecimentos, mas unha sucessón de diferentes formas de ver e explicar o mundo. A ciência non avança de forma progressiva, mas passando de um estado de “normalizaçón” para um de “alteraçón”, de unha fase de “consenso” para unha fase de “revoluçón”. Durante essas mudanças non som apenas substituídas unhas explicaçóns por outras, também muda a visón inteira dos factos e fenómenos que é preciso explicar. As teorias do passado podem parecer absurdas retrospectivamente, mas em relaçón ao seu tempo e ao conhecimento disponível tinham o seu sentido. Entendê-las requer um tipo de comprehensón semelhante à necessária para falar outra linguaxem ou para, noutra cultura, lidar com crenças diferentes das nossas.
RAMÓN DEL CASTILLO