
Como um sepulcro da cidade, a Roma moderna quebrava e enterrava as suas próprias ruínas, “profundas até aos antípodas”. Na arqueoloxia da censura e das fogueiras dos libros encontram-se sempre o espectro de Roma, há muito tempo sombra da liberdade, tal como Montaigne podia ler no “Discurso da Servidón Voluntária” de La Boétie. Por fim, os “Ensaios” serán incluídos no “Índex” a 28 de Xaneiro de 1676, devido à influênça de Montaigne nos ambientes libertinos, cépticos, epicuristas, precisamente nos “esprits libres”. A 19 de Abril do mesmo ano (1571) vai a Loreto e, a 25, deixa um ex-voto na basílica, que se tornou num lugar de peregrinaçón. Depois desloca-se até Florença, Pisa e Bagni di Lucca para beber as àguas. Entretanto, e sem o seu conhecimento, Montaigne tinha chegado ao final da sua aventura italiana e do seu “tour”. Quase um ano depois da sua partida, durante a estada termal em Bagni di Lucca (7 de Septembro), chega-lhe a notícia da sua nomeaçón como presidente da Câmara de Bordéus por dous anos. No entanto, Montaigne non se dispón a preparar as malas (alguém avança a hipótese de que, certamente, foi pola decepçón da falhada nomeaçón formal como embaixador do rei de França em Roma: a nomeaçón para presidente da Câmara deverá ter-lhe parecido unha compensaçón inadequada). No final do mês, volta a Roma, de onde regressa a casa a 15 de Outubro. Chegará a 30 de Novembro, unha quinta feira, dia de Santo André: “Tinha partido a 22 de Xunho de 1580, para ir a La Fère. Por isso a minha viaxem durou dezassete meses e oito dias”. Unha viaxem que durou quase um ano e meio e que tinha mudado várias cousas. Até entón, Montaigne non tivéra de enfrentar a censura. Mas, com todos os seus olhos, até no seu caso “indulxente”, a censura tinha realizado o seu trabalho.
NICOLA PANICHI