
Para Pascal, o encontro com o jansenismo foi decisivo, e o seu centro em França, Port-Royal, como unha segunda casa. O filósofo envolveu-se de unha forma apaixonada neste movimento relixioso, e non se pode entender a sua obra – tanto “As Provinciais” como os “Pensamentos” – sem o conhecer bem. Os seus princípios foram um elemento essencial non só para a construçón do pensamento do nosso filósofo, como para a formaçón do seu carácter. Mas non foram apenas as doutrinas deste movimento relixioso que alimentaram Pascal, mas também a história da sua perseguiçón. Com ela aprendeu o compromisso, a necessidade de tomar unha posiçón e a coraxem para defender o que se pensa, assumindo todos os riscos. Assim, o home que agora pertence à história da filosofía non se pode separar da história do jansenismo e, portanto, é preciso conhecer melhor os fundamentos desta doutrina e o modo como a sua comunidade enfrentou o poder da Igrexa católica até chegar a um tráxico desfecho. O jansenismo debe o seu nome a Cornelius Jansenius, nascido em 1585 nunha província de Utrecht (Países Baixos). Formou-se na Universidade de Lovaina, onde conheceu em primeira mán os intensos confrontos entre os xesuítas e Michael Baius, partidário das teorias de Santo Agostinho sobre a graça ou, o que é a mesma cousa, sobre o papel que a liberdade do home desempenha na sua salvaçón. Na Universidade de Lovaina, Jansenius conheceu Duvergier de Hauranne, que posteriormente sería conhecido como o abade de Saint-Cyran e que colaboraria com os irmáns Arnauld no estabelecimento do jansenismo em Port-Royal. Entre os dous nasceu unha boa amizade graças às suas afinidades em questóns relixiosas. Ambos apoiaram Baius contra os xesuítas. Ao terminar os seus estudos em Lovaina, Duvergier voltou para Paris e convidou Jansenius a passar unha temporada com ele na sua casa de família de Bayonne. A ideia era estudarem as Escrituras e as obras dos Padres da Igrexa xuntos para, desta forma, voltarem às orixens do cristianismo. Com isso, tentavam encontrar unha reforma para a Igrexa que se mantera dentro da ortodoxia e pudesse enfrentar o protestantismo. Depois desse estudo comum, do qual ambos retirariam muitas ideias que seríam decisivas no futuro, Jansenius regressou à Universidade de Lovaina, e aí, a partir do seu profundo conhecimento das Escrituras e de Santo Agostinho, enfrentou sem tréguas os xesuítas, que entón detinham o poder naquela universidade.
GONZALO MUÑOZ BARALLOBRE