Arquivos diarios: 04/01/2022

RAWLS (PENSAM QUE OS TALENTOSOS, VÁN POR-SE A TRABALHAR, APENAS POR GANHAR MAIS?)

Trata-se de unha questón em que Rawls non é suficientemente convincente. Como é evidente, non se pode obrigar os mais talentosos a trabalhar polo bem da sociedade. Isso sería equivalente a escravizar as pessoas, e o primeiro princípio da xustiça prohíbe-o de forma expressa. Por outro lado, Rawls pensa que trabalhar é relativamente desagradábel, que non se realiza apenas por dedicaçón, ,mas sobretudo por necessidade ou por algum incentivo especial. Mas porque é que ganhar mais do que os outros é o melhor incentivo para pôr os mais talentosos a trabalhar? Rawls pensa ser sensato usar o desexo humano de sobressair socialmente, de ter mais do que os outros (e non só de ter mais), para que todos sexam beneficiados (especialmente os que tiveram menos sorte na lotaría social e natural), pelo menos em termos absoluctos. O preço dessa melhoría é a desigualdade – unha desigualdade que, por beneficiar os que están em desvantaxem, Rawls xulga que acaba por ser xusta (no entanto, veremos mais à frente que há unha certa incoherência neste ponto). Neste sentido, os membros da posiçón orixinal, ocultos sob o “véu de ignorância”, só podem acordar os seguintes princípios de xustiça: 1º- Todas as pessoas som iguais quanto a esixirem um modelo adequado de direitos e liberdades iguais, modelo que é compatíbel com o próprio modelo para todos; nesse modelo garante-se o valor equitativo das liberdades políticas iguais, e apenas dessas liberdades. 2º- As desigualdades sociais e económicas têm de satisfazer duas condiçóns: primeiro, debem estar ligadas a posiçóns e cargos abertos a todos em condiçóns de igualdade equitativa de oportunidades; segundo, debem promover o maior benefício para os membros menos favorecidos da sociedade (princípio de diferença). Os dous princípios de xustiça, ou três se dividirmos o segundo princípio em dous, están organizados por ordem de prioridade. Isto significa que, enquanto o primeiro princípio non for satisfeito, non se pode satisfazer o segundo ou, o que é o mesmo, que as políticas a favor da igualdade de oportunidades non podem violar as liberdades individuais afirmadas no primeiro princípio. Acontece o mesmo com as duas partes do segundo princípio: a redistribuiçón da riqueza non debe afectar a igualdade de oportunidades. A prioridade xustifíca-se porque Rawls pensa que non se pode trocar as liberdades básicas por vantaxens económicas e sociais. Por exemplo, non se debe comprar votos nem se debe consentir na servidón em troca de unha melhoría económica.

ÁNGEL PUYOL

UNHA TEORÍA QUÂNTICA DA GRAVIDADE (F-57)

Como as teorías da “Gran unificaçón” (GUT) non som corroborábeis por evidencias observacionais a maioría dos físicos adoptou unha teoría “ad hoc” denominada o “modelo estándar”, que consiste na teoría unificada das forzas electrodébeis e na cromodinámica quântica como teoría das forzas fortes. Mas no “modelo estándar” as forzas electrodébeis e fortes actúan por separado e non están unificadas. O “modelo estándar” acomulou muitos êxitos e concorda com todas as evidências observacionais até à data, mas é em último têrmo insatisfactório porque, ademais de non unificar as forzas electrodébeis e fortes, non incluie a gravidade. Ainda que se revelárom as dificuldades de fundir as forzas fortes com as electrodébeis, ditos problemas non som nada em comparaçón com a dificuldade de unificar a gravitaçón com as outras três forças, ou incluso de formular unha teoría quântica autoconsistênte da gravidade. A Razón pola qual criar unha “teoría quântica da gravidade” resulta tán difícil, está relacionada com o “princípio de incertidûme de Heisenberg”, que explicámos no capítulo III. Ainda que non sexa óbvio vê-lo, resulta que com respeito ao dito princípio o valor de um campo e da sua taxa de câmbio temporal desempenham o mesmo papel que a posiçón e a velocidade de unha partícula. É dizer, quanto maior é a precisón com que se consegue determinar um, menor será a precisón com que se pode determinar o outro. Unha consequência importânte disto é que non existe o espaço vacío. Isto é así porque espaço vacío signifíca que o valor de um campo é exactamente cero e que a taxa de câmbio do campo sería também exactamente cero (se non fora así, o espaço non permanecería vacío). Como o princípio de incertidûme non permite que os valores do campo e da sua taxa temporal de câmbio tenham valores exactos simultâneamente, o espaço nunca está vacío. Pode dar-se um estado de mínima enerxía, denominádo o “vacío”, mas dito estado está suxeito ao que chamamos “fluctuaçóns do vacío quântico”, que consistem em partículas e campos que aparecem e desaparecem da existência.

STEPHEN HAWKING E LEONARD MLODINOW