
A palabra paradigma vem dos termos gregos “para”, que significa “próximo” ou “aproximado”, e “deigma”, que significa “mostra”. Resulta, dessa forma, um exemplo ou um caso de algo que serve de modelo a casos semelhantes, ou sexa, trata-se de um exemplo-tipo ou típico. Assim, a título de exemplo, é comun dizer-se que Maria Callas é um paradigma de cantora de ópera, ou que é unha cantora de ópera paradigmática, ou que Romeu e Julieta som um paradigma de amantes apaixonados, ou, enfim (o exemplo preferido do próprio Kuhn), que “amo-amas-amat-amamus-amatis-amant” é um paradigma da conxugaçón dos verbos latinos ( e, por isso, é o primeiro exemplo que os estudantes de latim costumam aprender). À pergunta “O que caracteriza unha excelente cantora de ópera?”, em vez de respondermos com unha definiçón sensata, podemos limitar-nos a dizer: “Repara como a Maria Callas actuava.” Perante a pergunta sobre o que é característico dos amantes apaixonados, basta recordar o exemplo de Romeu e Julieta. O aluno que tenta conxugar correctamente um verbo latino com que se depara pola primeira vez pode recorrer ao modelo da conxugaçón do verbo “amare”. No caso das ciências, exemplos de paradigmas nesse sentido seria a órbita de Marte para a teoria Kepleriana dos planetas ou as famosas ervilhas do xardím de Mendel para a xenética clássica.
C. ULISES MOULINES