
Citemos o texto de Marx: “O grande mérito de Edward Gibbon Wakefield non é ter descoberto algo novo acerca das colónias, mas ter descoberto nas colónias a verdade acerca das relaçóns capitalistas da metrópole. (…) Em primeiro lugar, Wakefield descobriu nas colónias que a propriedade de dinheiro, de meios de subsistência, máquinas e outros meios de produçón non confere a um home a condiçón de capitalista, se lhe faltar o complemento: o assalariado, o outro home forçado a vender-se voluntariamente a si mesmo. Descobriu que o capital non é unha cousa, mas unha “relaçón social” mediada por cousas. O senhor Peel – relata-nos Wakefield em tom lastimoso – levou consigo de Inglaterra para o rio Swan, na Nova Holanda, meios de subsistência e de produçón por um valor de 50.000 libras. O senhor Peel era tán precavido que transferiu também 3.000 pessoas pertencentes à classe operária: homes, mulheres e crianças. Quando chegaram ao destino, no entanto, “o senhor Peel ficou sem um servente que lhe fixéra a cama ou que lhe trouxéra àgua do rio”. Pobre senhor Peel, que tinha previsto tudo, menos a exportaçón das relaçóns de produçón inglesas para o rio Swan”! Unha história muito interessante e instructiva, de facto. Um empreendedor capitalista, o senhor Peel, tinha decidido montar unha empresa nas distantes terras coloniais. Muito intelixente e precavido como era, sem dúvida, procurou organizar bem a sua bagaxem. Para montar unha empresa é necessário dinheiro e meios de produçón. Ora, também som necessários trabalhadores, e eis onde Peel mostrou ser muito precavido: decidiu levar trabalhadores ingleses de confiança, 3.000 operários que aceitaram, libremente e de igual para igual, assinar um vantaxoso contracto laboral. O episódio seguinte de tán prometedora história situa-nos no Parlamento britânico, onde non se para de reflectir sobre o porquê de tán inesperados resultados. O senhor Wakefield pergunta-se, entre intrigado e indignado, sobre o enigma do desastre em que a aventura de Peel tinha desembocado. O senhor Peel tinha metido num barco “a suma das partes” do capital. Mas, como vamos ver, esquecera-se de um pormenor: nada mais nada menos, “aquilo que fai o capital ser capital”, o que, de facto, Platón teria chamado o “eîdos-capital”. Em todo o caso, algo mais do que a “suma das suas partes”, isso a que vamos chamar, de facto, a “estructura”.
CARLOS FERNÁNDEZ LIRIA