¡¡QUE NADA SE SABE!! (49)

E mais adiante, o mesmo Horacio afirma algo melhor: “Xá se sabe que o rei dinheiro otorga esposa com dote, crédito, amigos, linhaxe, figura. Ao muito adinheirado adornam Eloquência e Amor”. Agora é quando resulta ser verdade o que dí também o outro em algúm lugar: “O Senado está cerrado para os pobres, a facenda dispensa honras; por isso é grave o xuíz, por isso é íntegro o cabaleiro”. “No preço está a prez: a facenda dispensa honras, granxeia amizades; o pobre em todas partes está polo chan”. Em nada se estima o saber. Ante as armas cedem as togas e inclinam-se as glórias da fala. Non se dá um bledo polos homes de letras. ¿Por qué, pois, nos consumimos? Non o sei; assim o mandam os fados. “Deus deu esta péssima ocupaçón aos filhos dos homes, para que nela se ocuparam. Fixo todas as cousas boas no seu tempo, e entregou o mundo às disputas deles, de tal sorte que o home non descubra, do princípio ao final, a obra que Deus obrou”. A Filosofía mesma (para voltar ao ponto onde nos tinhamos apartado) non parece tampouco diferente da “Hidra de Lerna”, que Hércules exterminou. Mas à nossa non há quem a vença. Se lhe cortas unha cabeza, aparecem cem, sempre mais ferozes. Pois falta a chama da mente, que, ao conhecer com perfeiçóm unha só cousa, saque às demais dificuldades a ocasión de reproducir-se. Concluiamos. Todo conhecimento procede dos sentidos. Mais alá de tal conhecimento, tudo é confusón, dúvida, perplexidade, adivinhaçón, non há nada certo. Os sentidos só vêm o externo sem chegar a conhecer. E entendo aquí por sentidos o olho. A mente considera o captado polos sentidos. Se estes forom enganados, também o foi aquéla: e se non. ¿Que conseguimos? Non contempla mais que imáxes das cousas, imáxes às quais o olho deu entrada; mira-as e dálhe voltas dum lado e do outro, perguntando que é isto, de onde vem, por qué. Mas de ahí non passa, pois non vé nada que certo sexa.

FRANCISCO SÁNCHEZ

Deixar un comentario