Arquivos diarios: 11/12/2021

LITERATURA HISPÂNA (A NOVELA HISTÓRICA)

Onde foi mais duradoura a influênça de Palma, foi num xénero mais ambicioso e de desarrolho paralelo na literatura hispâna: a novela histórica. De todos os xéneros narrativos, talvez o de estatuto mais controvertido na literatura hispâna sexa precisamente este. É indubitábel que os modelos (Scott, Hugo, Dumas, Cooper) venhem da Europa ou dos Estados Unidos, mas o que parece mais interesante hoxe non é a orixe senón o destino que os novelistas e escritores hispanoamericanos em xeral dán a um xénero tán difícil como controvertido. Estes autores criarom unha considerábel variedade de novelas históricas aproveitando precisamente aqueles períodos em que a crise histórica coincidia com unha crise de nacionalidades. Assim pois, forom priviléxiados dous períodos, o da Conquista e o da Independência, porque permitiam unha maior variedade de conflíctos e situaçóns de natureza, non só política senón também social e, a vezes, nacional. Neste sentido resulta exemplar o trazado de unha das mais famosas novelas históricas que forom producidas na América: “o Enriquillo”, do escritor dominicano Manuel de Jesús Galván (1839-1910). Galván tinha nascido em Santo Domingo quando esta parte da ilha estaba baixo o domínio de Haití; talvez por isso viu os espanhois como aliados e non como dominadores. Em 1861 apoiou o retorno de Santo Domingo ao imperio espanhol. Mas o triunfo dos independentistas em 1865 habría de forzar a Galván a aceitar o inevitábel e regresou à ilha em 1876 para colaborar com a nova administraçón. Estas circunstâncias biográficas som necessárias para compreender o sentido da novela. Escrita entre 1875 e 1882, usa a história para oferecer um espelho ao presente. Situa-se a começos do século XVI, na época em que Diego Colón, filho do almirante, permanece a cargo da ilha. O protagonista, que da título à novela, é um indio rebelde discípulo do padre Bartolomé de las Casas. De feito, Manuel de Jesús Galván começou a escreber a sua obra a partir da publicaçón da suprimida “História de las Indias” do ilustre padre. Este libro non só servíu de inspiraçón à sua obra; também sacou del a figura de unha das suas personáxes principais, o próprio padre Las Casas. Em outras máns, a história da luta entre indios e espanhois tería dexenerado num panfleto antihispânico, servidor da lenda negra. Mas Galván intentou algo mais complexo. Sem negar o xenocídio, mostrou que habia espanhois, como Las Casas, que se tinham oposto ao extermínio e salvaram a honra hispâna. Em realidade, Galván usaba o remoto passado da ilha como aviso para um turbulento presente. O mundo indio tinha sido exterminado polos espanhois e um herói como Enriquillo só podía ter no século XIX um valor simbólico (como o Tabaré de Zorrilla de San Martín), ainda que seguía viva a herência simbolizada por Las Casas. Desta maneira, Manuel de Jesús Galván conseguía enlazar a sua admiraçón polo defensor dos indios com a sua lealdade às orixens hispânicas da sua cultura. Muito mais maduro como escritor, e um dos mais variados novelistas da América hispânica, o chileno Alberto Blest Gana (1830-1920) novelou a lonxana pátria desde o seu refúxio diplomático de París. Baixo a influênça de Balzac, evolucionou desde o romântismo costumbrista até ao realismo, e ofereceu um quadro da vida chilena desde a independência até aos inicios do século XX. As suas melhores novelas (Martín Rivas, 1862; El loco Estero (1909), som novelas de assunto contemporâneo, ou quase, mas o seu esforço mais ambicioso foi unha novela histórica, que se pode considerar a melhor escrita na América hispânica: Durante la Reconquista (1897). Como Scott, Blest Gana elixe um momento de crise histórica -quando os espanhois lograrom reconquistar, por breve tempo, Chile- e unha trama romancesca -os amores contrariados de unha xovem parexa à qual persegue um poderoso vilán-. O quadro histórico é impecábel (o autor apoiou-se em Barros Arana, um dos melhores historiadores chilenos do século), a narraçón alberga suficiente suspenso como para manter desperto o leitor, as figuras secundárias están muito bem traçadas e os heróis dibuxam-se tolerabelmente inxénuos e ineficáces.

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