
A melhor forma de imaxinarmos a família Medici é pensar nunha grande dinastia plebeia. Nos Rothschild, por exemplo. Són essas estirpes de banqueiros ambiciosos que conseguirom perpectuar-se no poder, xeraçón após xeraçón, graças a um imenso capital financeiro. Todas elas som igualmente conhecidas polo seu altruísmo e mecenato da arte e da cultura. Incontestavelmente, os Medici de Florença foram pioneiros nesses dous aspectos, mas, igualmente, em utilizar o crédito e as divisas para submeter vontades e conseguir obxectivos políticos que foram muito além dos interesses económicos da sua banca. De orixem humilde (começarom por ser comerciantes de lán), a família Medici, agora banqueira, tornou-de rapidamente nunha das mais ricas e influentes de toda a Europa. Entre os seus membros encontramos quatro papas, polo menos unha dúzia de cardeais, imensos senhores de Florença, unha rainha de França (Catarina, terror dos huguenotes) e consortes das mais altas casas da nobreza, inclusive da realeza inglesa. De facto, os Medici dominarom hexemonicamente Florença durante trezentos anos, apenas interrompidos por dous períodos republicanos, o primeiro dos quais permitiu a Machiavelli aceder à secretaria pola qual é recordado. Por influênça destes banqueiros, o governo de Florença tornou-se num principado de facto, apesar de manter a aparência republicana. Foi precisamente esta família que corrompeu violentamente as instituiçóns políticas da sua cidade, ao mesmo tempo que a dotou das obras de arte mais ilustres do seu tempo, um legado de que ainda hoxe podemos apreciar, por exemplo, na Galeria dos Uffizi.
IGNACIO ITURRALDE BLANCO