Arquivos diarios: 10/12/2021

OS MEDICI (1)

A melhor forma de imaxinarmos a família Medici é pensar nunha grande dinastia plebeia. Nos Rothschild, por exemplo. Són essas estirpes de banqueiros ambiciosos que conseguirom perpectuar-se no poder, xeraçón após xeraçón, graças a um imenso capital financeiro. Todas elas som igualmente conhecidas polo seu altruísmo e mecenato da arte e da cultura. Incontestavelmente, os Medici de Florença foram pioneiros nesses dous aspectos, mas, igualmente, em utilizar o crédito e as divisas para submeter vontades e conseguir obxectivos políticos que foram muito além dos interesses económicos da sua banca. De orixem humilde (começarom por ser comerciantes de lán), a família Medici, agora banqueira, tornou-de rapidamente nunha das mais ricas e influentes de toda a Europa. Entre os seus membros encontramos quatro papas, polo menos unha dúzia de cardeais, imensos senhores de Florença, unha rainha de França (Catarina, terror dos huguenotes) e consortes das mais altas casas da nobreza, inclusive da realeza inglesa. De facto, os Medici dominarom hexemonicamente Florença durante trezentos anos, apenas interrompidos por dous períodos republicanos, o primeiro dos quais permitiu a Machiavelli aceder à secretaria pola qual é recordado. Por influênça destes banqueiros, o governo de Florença tornou-se num principado de facto, apesar de manter a aparência republicana. Foi precisamente esta família que corrompeu violentamente as instituiçóns políticas da sua cidade, ao mesmo tempo que a dotou das obras de arte mais ilustres do seu tempo, um legado de que ainda hoxe podemos apreciar, por exemplo, na Galeria dos Uffizi.

IGNACIO ITURRALDE BLANCO

FARTOS DA PUTA EMIGRAÇÓN

Entre a massa trabalhadora vinham, às vezes, algunhas xaponesas ou chinesas, nunca as diferênciei com certeza, xermanizadas em quase tudo. Nunha das expediçóns chegou unha espanhola que intentaba passar por alemán de Hamburgo; mas notába-se à primeira vista que era de Jaén. Foi descoberta, primeiro pola pinta, despois pola sua fonética e, em xeral, porque o seu alemán, a pesar das licênças populares que, afirman, se permíte o “Hamburguer”, era unha alemán de “azeitunera”. Pese às suas orixêns, facía-se chamar “Isabelle”, com dous eles. Vinha de parexa com um encargado de fábrica, mas na realidade era unha amante pagada para mamar aquel tonel de cervexa, ao qual apresentava como seu namorado. Estaba farta da emigraçón, dos espanhois da emigraçón, dos alemáns, do seu namorado e da sua perra vida. Acabou pedindo trabalho em Canet de Mar, do que fora, com tal de ficar em Espanha. E encontrou, melhor dito, encontrei-lho eu, no “camping” Las Palmeras, cuxa clientéla era só espanhola. Se, por excepçón, algum extranxeiro que caíra por alí, seríam maiormente franceses e italianos, ou sexa, como da família. Isabelle puxo-se tán contente, que rompeu o passaporte e arroxou os restos ó mar. Pouco tempo depois, xá era amiga de outra andaluza que trabalhaba comigo no San Carlos, Rocío, que me gostaba um montón. O único ponto em comúm, era que ambas detestabam os extranxeiros, em especial ós alemáns. Isabelle agradeceu-me o que tinha feito por ela, non com um polvo dos que, sem dúvida, tería prodigado na Alemanha, senón malmetendo a Rocío contra mim, como se fora necesário meter os perros em dança todavía mais. Veio a dizer que eu a tinha axudado com a intençón de tirá-la, e que ela aceitára o trabalho, mas do resto, nada de nada. Non sei que intençón a púido levar a inventar esta calumnia, pois aquel “putón verbenero”, “no me hacía ni flus”. Mas a verdade é que arruinou o negócio com Rocío que, de própria vontade, xa non me facía puto caso. Andaba eu detrás de Rocío porque, ídas as extranxeiras, os invernos em Canet eram insoportábeis. E porque estaba meio namoriscado dela. Depois da putada de Isabelle, Rocío deu-me porta definitivamente e ainda me despreçou mais. Isabelle foi despedida do “camping” Las Palmeras, por um escândalo de cornos com um italiano, o único non espanhol que había no lugar; ou sexa, que um pouco puta sí que era a Isabelle. Foi recolocada, esta vez por própria iniciativa, com Cristina Filibustera, que tinha um bar ó qual dera o seu próprio nome ou à inversa, non sei. Alí também desencadeou sonados sucesos Isabelle, como se verá posteriormente. Por tudo o qual, e pesse ao sentido altruista do meu xesto samaritano, me arrependim sempre de ter contribuído para a sua repatriaçón.

JAVIER VILLÁN E DAVID OURO