DIDEROT (A SEXUALIDADE E AS QUESTÓNS MORAIS)

Diderot aproveita os relatos de viaxens para defender que non faz sentido misturar a sexualidade com as questóns morais, como podemos ler neste fragmento: “Ora, como quereis que as leis sexam observadas quando elas se contradizem? Percorrei a história dos séculos e das naçóns, tanto antigas como modernas, e encontrareis os homes suxeitos a três códigos, o código da natureza, o códigp civil e o código relixioso, e coaxidos a infrinxir alternadamente os três códigos que nunca estiverom de acordo. (…) As instituiçóns relixiosas ligaram os nomes de vícios e virtudes a acçóns que non eram susceptíveis de qualquer moralidade. (…) O império da natureza non pode ser destruído: em ván procurar-se-á contrariá-lo por meio de obstáculos, ele haberá de perdurar. Escrevei quanto vos aprouver sobre tábuas de bronze, para me servir das expressóns do sábio Marco Aurélio, que a fricçón voluptuosa de dous intestinos constitui crime, o coraçón do home ficará comprimido entre a ameaça da vossa inscripçón e a violência dos seus pendores. Mas esse coraçón indócil non cessará de reclamar; e cem vezes, no curso da vida, os vossos preceitos aterradores desapareceram aos nossos olhos.”

(Denis Diderot, Suplemento à viaxem de Bougainville, ou Diálogo entre A e B sobre o Inconveniente de Ligar Ideias Morais a Certas Acçóns Físicas que as non Comportam.)

ROBERTO R. ARAMAYO

Deixar un comentario