
O que caracterizaria um pensador cristán colocado perante esta paisaxe é que a veria aberta: o mundo non é algo completo em si próprio, pechado, com unha estructura interna autosuficiente, non é imanente, pois está relacionado com um Deus transcendente, situado para além do âmbito físico, que determina com a sua vontade libre o que acontece neste mundo, e que é acessíbel para o ser humano através da fé. Nesta paisaxem aberta, criaçón divina espontânea, dádiva para o home, o pensador cristán veria unha manifestaçón ou expressón da bondade divina: o natural leva-o ao sobrenatural. O mundo tem um sentido transcendente, e está ao serviço do home, ser privilexiado acima de todos os outros. Arthur Schopenhauer, criador da última metafísica imanente occidental, víu o princípio da realidade, a “archê da physis”, nunha enerxía universal cega, incessante e insaciábel, que ele denominou “vontade”, e que é puro desexo de existir, de afirmaçón e de crescimento. Nesta paisaxe, Schopenhauer veria a sua “vontade” manifesta ou obxectivada nas cordilheiras que ascendem, em cada pinheiro e em cada faia que luta por crescer e por manter a vida, na àgua que se acumulou em forma de neve e que desexa recuperar a sua fluidez líquida, em cada habitante de cada aldeia, dominado permanentemente por um desexo momentâneo que, apesar de ir mudando em cada consciência individual, non é mais do que esse único desexo constante: a “vontade”. Apesar de a paisaxe poder parecer bela, vista à distância, a entranha íntima de cada ser humano, árbore, rocha e pedaço de herba ou xelo é necessariamente sofrimento, porque é dominado pola incessante enerxía da “vontade”, sempre insatisfeita. A visón de Espinosa aproxima-se da de Schopenhauer quanto à imanência: o mundo está fechado em si próprio, non há um Deus sobrenatural que o oriente a partir da transcendência. Espinosa escrebe muito sobre Deus, a quem dedica toda a primeira parte da “Ética”. Mas este Deus identifica-se com a natureza: “Deus sive Natura”, Deus, ou Natureza, ou realidade. Deus é a realidade, non está para além do mundo pois é o mundo, non é um ser transcendente, omnisciente e omnipotente que axe desde fora: o Deus de Espinosa é a ordem ou a estructura da realidade. A metafísica espinosista é monista: há unha só realidade, non duas como a visón dualista cristán. O home pode captar este Deus, que é ordem e estructura, mediante a correcta utilizaçón da razón: Deus é a ordem intelixíbel do mundo. Esta estructura determina todos os seus conteúdos, e nada, absoluctamente nada, fica à marxem dele. As suas leis orientam cada âmbito, por maior ou menor que sexa, e fán com que tudo sexa necessariamente o que é e o que non é. Ao contrário do pensador cristán, Espinosa non vê um obxectivo ou finalidade posterior no mundo: este é tudo o que há, é toda a realidade porque esta realidade xá é Deus. Tudo o que acontece non está encaminhado para um fim transcendente, pois é necessariamente causado polas leis universais desta ordem. Na filosofia naturalista espinosista, Deus representa, assim, os princípios universais e activos da natureza (non a suma total das cousas particulares). O ser humano non está à marxem da natureza nem é um ser privilexiado, é parte integrante dela como as outras cousas e está orientado polos mesmos princípios. Como todo o resto, é unha manifestaçón da ordem divina que constitui a realidade suprema, a única realidade. O home orientado pola razón pode entender parcialmente Deus (ou realidade), mas non totalmente, porque na sua particularidade finita non consegue englobar o seu enorme âmbito, para el desmesurado. Polo contrário, consegue descobrir a sua própria pertença a Deus. Quem observa esta paisaxe da cûme da montanha e entende Deus como sua ordem íntima subxacente compreende, segundo Espinosa, esta sua pertença a Deus, ou Natureza, ou realidade.
JOAN SOLÉ