
Outro contacto importânte para Leibniz foi o que manteve com E. Walter von Tschirnhaus, que chegou a Paris em finais de Agosto de 1675 com cartas de apresentaçón de Oldenburg para Huygens e Leibniz. Este xovem cartesiano, bom conhecedor das doutrinas de Espinosa, chegava depois de unha visita a Wallis e Collins, em Inglaterra, e trocou com Leibniz conhecimentos e resultados matemáticos, levando a cabo alguns estudos em comum, como o exame dos manuscriptos deixados por Pascal, que nunca chegaram a ser publicados, apesar da insistente recomendaçón de Leibniz; desses manuscriptos só se conserva actualmente o resumo que o nosso autor fez do seu conteúdo. Leibniz, xá possuía os princípios e a notaçón do “cálculo infinitesimal” nas primeiras conversas que manteve com Tschirnhaus sobre matemática em Novembro de 1675, tal como mostra unha nota manuscripta deste período. Mas Tschirnhaus non era capaz de apreciar neste momento a importância e significado do “método infinitesimal” de Leibniz, qualificando a sua notaçón de “símbolos inúteis” que só servem para obscurecer as cousas”. Como destaca o biógrafo americano Eric J. Aiton, este episódio tem importância para entender a posterior disputa pela prioridade entre Leibniz e Newton, pois parece improvábel – dada a sua falta de compreensón – que Tschirnhaus pudesse informar Leibniz de dados recolhidos em Londres sobre os trabalhos que os matemáticos ingleses estavam a desenvolver. No verán de 1676, Tschirnhaus receberá de Collins informaçón relativa ao “método infinitesimal” inglês, incluindo o método de Newton, mas é evidente que naquele momento xá era tarde para que esta informaçón fosse útil a Leibniz na sua invençón do “cálculo diferencial”. Porém, esta correspondência foi utilizada como proba contra Leibniz apenas pelo facto de lhe colocar a data do ano anterior, tal como destacou Hofmann em 1974. Como sublinhou Javier Echeverría, o “cálculo infinitesimal” foi para Leibniz mais outra exemplificaçón da sua Característica Universal (à qual voltaremos mais à frente) e o nosso autor desenvolveu as suas investigaçóns independentemente de Newton. Por outro lado, hoxe em dia parece também estar estabelecido que o inglês xá tinha descoberto algunhas ideias básicas desse cálculo (em particular, o seu método de fluxóns) em 1667 – 1668, ou sexa, antes de Leibniz, embora tenha demorado muito a publicar os seus resultados. A polémica em si non decorreu durante os anos em que Leibniz esteve em Paris, pois foi muito posterior e verificou-se no final da sua vida com os discípulos de Newton (e, anonimamente, com o próprio Newton), tendo início com a publicaçón, em 1712, do “Commercium Epistolicum de Collins”, que compilava unha variada correspondência relativa a essa questón e que tinha sido apoiada pola Royal Society, e onde fica claro que, na corrida polo cálculo infinitesimal, embora Leibniz tivesse estado mais atrasado em alguns aspectos, em outros, como, por exemplo, na invençón e utilizaçón das diferenciais de segunda ordem (daí que por vezes se chame também “diferêncial” ao cálculo infinitesimal), Newton estaba atrás. Sexa como for, o que é evidente é que a polémica, que constitui um importante capítulo da história da matemática, durou muito tempo e foi muito influênciada por questóns de prestíxio nacional, pois os ingleses non queriam que ninguém lhes arrebatasse a primazia no campo da matemática e da física.
CONCHA ROLDÁN