Arquivos diarios: 24/11/2021

GADAMER (NOVA TEORIA DA CIÊNCIA)

Mas se admitirmos este último aspecto, como parece necessário, surxe de imediato o problema de se o “Quixote” está a ser mal compreendido por determinado xogo hermenêutico, por determinado leitor. O que devolve o problema da existência da obra de arte a unha posiçón extremamente difícil de situar. Qual dos xogos de interpretaçón é melhor? Existe um óptimo, talvez irrepetíbel, que seria non xá o modelo do “Quixote”, mas sim o próprio Quixote? Seguramente, tal como prescrebe o princípio de introduzir a história dos efeitos do texto na interpretaçón a fim de entendê-lo melhor do que alguém antes deste momento o tenha entendido, non é precisamente Cervantes, nem muito menos, o autor do Quixote em plenitude. Toda esta situaçón pode ser descripta como um movimento em direçón a unha ideia platónica que, afinal, non existe nem pode existir, ou que seria unicamente a “entelequia” de toda unha tradiçón interpretativa, cuxa potência inicial, quase matéria-prima deste desenvolvimento, tê-la-ia depositado – tê-la-ia posto em xogo – no seio da tradiçón a saída das gráficas, em 1605, do primeiro volûme do Quixote. De facto, foi na tradiçón exegética do Talmude onde mais se desenvolveu este tipo de concepçón do xogo (na ausência do termo). Talmude é, na verdade, qualquer palabra humana relevante para o sentido absolucto de todas as cousas; e estas palabras contêm quem as pronuncia, xuntamente com todos os seus incontábeis horizontes de férteis preconceitos. Non se pode realmente editar o Talmude! Naturalmente, este esquema pode ser estendido – mas non sem um certo risco – a qualquer aspecto da existência, até a transformar num xogo esexético do princípio ao fim. Basta dar um passo no qual insistiu muito a chamada “nova teoria da ciência”, sobretudo a partir dos entusiasmos iniciais de Karl Popper e dos seus discípulos polo trabalho de Gadamer. E esse passo é retroceder de Husserl para Kant no modo de compreender como se vive irreflexiva e directamente a experiência, inclusíve a que parece mais passiva de todas.

MIGUEL GARCÍA-BARÓ

GALLEIRA (23)

OS CASTROS

Podería muito bem estabelecer-se unha certa diferênça entre os grandes castros que acabamos de descreber e os outros menos importântes, de dimensóns mais reducidas, e por isso de ordem inferior, correspondendo entre nós ao “castellum” dos latinos. Como ponto de partida para maiores investigaçóns, debe admitir-se esta diferênça, mas non mais: pois ainda que non há que calar-se, que a muitos deles chama a tradiçón “castelos”, talvés porque se levantaróm no seu centro em tempos posteriores algúns castelos, como sucedeu no “Lupário”, ou simplesmente unha torre como em outros que menciona a Compostelana. Y aquí será oportuno recordar, que se é certo como afirma o Sr. Barros Sibelo nas suas “Antigüedades”, que encontrou na Golada um castro de forma quadrada, melhor sería considerá-lo como campamento romano, como o forom sem dúvida num princípio os especiais empraçamentos que conhecemos com o nome xenérico de “Rocha”, e como aqueles situados mais na chán. Así em Iria a “Rocha Branca”, palácio e fortaleza dos seus prelados, em Santiago a “Rocha” também casa e castelo dos arzobispos composteláns, e em Narla a que leva o seu nome e sobre a qual esteve a casa e castelo dos Ulloas. Polo demais e mentras non se conheçam melhor, non resulta possíbel advertir nem sinalar nestes monumentos outras diferênças que as que resultan do número de corpos, da extensón da sua coroa, e da importância, antiguidade, disposiçón e material das fortificaçóns. Compreende-se bem, pelo seu número, pola posiçón estratéxica que ocupan e a sua correlaçón, que formarom à sua hora unha dilatada linha de fortificaçons regulares e ordenadas para um mesmo fím, que delatam no país galego, ao tempo que unha grande poboaçón, um estado de guerra ou quanto menos de resistência largo e duradouro. Encontram-se nas desembocaduras dos rios, vixiando os caminhos, dominando as cháns e ao parecer guardando as sementeiras que se extendiam ao pé dos montes, nas encanadas e nos vales que cobrem o nosso chán. Tomando mán das palabras do P. Sobreira, afirman algúns que os castros forman círculos entre sí, e outros anhadem que os de unha rexión dada aparecem como subordinados a um maior, colocado no centro, e assím sempre. Non duvidá-mos da importância desta observaçón, mas sim de que os dactos reunidos permitam estabelecê-la como xeral. As palabras “Castrelo”, “Cráto”, “Castrélinho”, “Castrón”, “Castro Mao”, “Castro Mor”, “Castrovalente”, “Castro Lupário”, etc… non indicam outra diversidade que a do seu valor, dimensón ou destino, nem dependência algunha entre sí. Apenas há poboaçón que non se encontre rodeada por eles: apenas unha aldeia que non tenha o seu. Santiago que é unha cidade por enteiro filha dos tempos médios, foi levantada sobre um “Castro Lupário”, e tem quase à vista o de Vite, o de Angrois, a Susana, Figueira, Fecha e outros mais. Betanzos o Velho, estaba defendido por seis castros, todos eles importântes.

MANUEL MURGUÍA