BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO (7)

COMO CONSTRUIR UM UNIVERSO

Por mais que tente, nunca vai conseguir perceber o quán pequeno, quán espacialmente insignificante é um protón. É simplesmente de unha pequenés inimaxinábel. Um protón é unha infinitésima parte de um átomo, que em si próprio xá é também unha cousa insubstâncial. Os protóns som tán pequenos que a porçón de tinta usada para pôr a pinta neste “i” pode conter qualquer cousa como 500 000 000 000 protóns, mais do que o número de segundos em meio milhón de anos. Ou sexa, os protóns som extraordinariamente microscópicos, para dizer o mínimo. Imaxine agora, se conseguir (mas pode ter a certeza de que non consegue), que encolhe um desses protóns até unha bilionéssima parte do seu tamanho, até unha dimensón tán pequena que, em comparaçón, um protón daria a impressón de ser xigante. Agora ponha dentro desse espaço infinitamente diminuto cerca de 30 gramas de matéria. Óptimo. Está pronto para começar um universo. Partindo do princípio, claro, de que você quer construir um universo inflaccionário. Mas se preferir construir um universo mais antiquado, do xénero “Big Bang”, vai precisar de mais material. Para dizer a verdade, vai precisar de reunir tudo o que existe -todo e cada grán e partícula de matéria surxidos desde o início da criaçón até agora- e enfiá-los num lugar tán infinitamente compacto que fica sem dimensón. Chama-se a isto “unha singularidade”. Em qualquer dos casos, prepare-se para um verdadeiro “big bang”. É evidente que vai querer retirar-se para um lugar seguro, a fim de poder observar o espectáculo. Infelizmente, esse lugar non existe, porque, fora da “singularidade”, non existe “onde”. Quando o universo começa a expandir, non se vai espalhando para preencher um espaço vazio à sua volta. O único espaço que existe é o espaço que vai criando à medida que se expande. Apesar de non ser assim, há a tentaçón de visualizar a singularidade como unha espécie de ponto inchado, suspenso num vácuo escuro e sem fronteiras. Mas non existe espaço, nem escuridón. A singularidade non tem “à volta” à sua volta. Non há espaço para ser ocupado, non há espaço para ela existir. Nem sequer podemos perguntar há quanto tempo está lá -ou se acabou de surxir, como unha boa ideia, ou se esteve ali desde todo o sempre, a aguardar o momento certo. O tempo non existe. Non existe passado de onde ela possa ter surxido. E portanto, o nosso universo surxe do nada.

BILL BRYSON

Deixar un comentario