
Semónides de Amorgos é um dos primeiros representantes de unha moda literária perenne -informal, humorística, pegada à terra- que se manifesta ora no libelo ou na paródia, ora na comédia, ou na sátira. Como escritor de yámbicos pertence à mesma tradiçón que Arquíloco ou Hiponacte, mas a fins da Antiguidade se confundia a miúdo com o seu distinguido e quase homónimo Simónides de Ceos, poeta lírico. Os erudictos modernos puidérom desbrozar o que queda da obra dos dous poetas, com unha fiabilidade razoábel. Mas resulta probábel que algunhas obras quedem na dúvida, especialmente porque compartirom ao menos um metro, o elexíaco, e porque muitos dos seus fragmentos som muito curtos para arroxar luz suficiente. Semónides era probabelmente um sâmio que se estabeleceu em Amorgos e que puido inclúso ser um dirixente dos colonos da ilha, como pretende unha das fontes: polo demais, non sabemos nada da sua família ou circunstâncias pessoais. As datas som pouco seguras, ainda que parece plaussíbel sexa a segunda metade do século VII. A actitude que impón nos seus poemas é a do “home corrente”. O seu relato da mulher égua, non há dúvida de que é um tôn dictado pola eleiçón do xénero literário. Afirma-se que escrebeu poemas de invectiva: Luciano menciona o nome do seu suposto enemigo, um tal Orodoecidas, mas os fragmentos que se conservam (que podem ser bastante pouco representativos), dam poucas pistas. A maioría dos trozos de papiro chegarom-nos citados por gramáticos para ilustrar formas de uso, para caracterizar a Semónides. Alguns destes trozos podem proceder de libelos pessoais, como o do escarabelho peloteiro (“vôou alí cara a nós a criatura com o pior estilo de vida de todos os animais”) que bem podía ser parte de um ataque contra algúm enemigo ofensivo, mas non ha seguridade ao afirmá-lo. Tudo o que podemos afirmar, é que escrebeu em Yâmbicos com frequência, o metro apropriado para a poesía lixeira, informal ou insultante, e que o seu estilo e matéria temática som, consequentemente, “baixos”, ainda que haxa poucas obscenidades obvias, no que chegou até nós, e ao menos um fragmento é bastante sério e digno. Um tema favorito é a comida, ao parecer (o atúm, o calamar e o gobio), (“um queixo maravilhoso”), também os animais (a garza, galinácias, as enguías, o gavilán ou o porco). No fragmento 24, a personáxe é um cozinheiro, outro signo quase seguro de unha intençón cómica em um poeta antigo.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)