
É indubitábel que Hume tem fama de ser um dos cépticos mais importântes da história da filosofia, mas para um leitor atento do conxunto da sua obra, esse cepticismo é basicamente teórico e está limitado polas propensóns da nossa natureza. Realmente, o cepticismo tem um valor preliminar, de “limpeza do terreno”, poderíamos dizer (o que, entre outras cousas, implica unha crítica muito consistente dos argumentos racionais que tentaram lexitimar as crenças relixiosas), que o deixa libre para elaborar unha visón plenamente científica do estudo do comportamento humano e construir, assim, a sua própria proposta moral e política. Devemos, portanto, atender à intençón de Hume: estabelecer unha ciência do Home baseada na experiência e na observaçón. Este apelo à experiência pode ter implicaçóns quase de bom senso. Para dar um exemplo do que queremos dizer com isto: um elemento especialmente chamativo de Hume é que acreditaba na inferioridade da raça negra (e também das mulheres), polo que non é nada evidente que os interesses das pessoas dessa raça devessem ser tidos em conta em igual medida que os desexos e preocupaçóns dos membros de outras raças. Hume, de facto, escrebe o seguinte no seu ensaio “Sobre os Caracteres Nacionais”: (…) De um ponto de vista histórico, o apelo à experiência significaba para Hume apresentar-se como um herdeiro da tradiçón de John Locke e George Berkeley. Porém, mais do que olhar para o passado (embora, em breve, teremos que mencionar como tratou o problema da substância), podemos fazê-lo para o futuro e considerar que as suas investigaçóns se ocuparam daquilo a que hoxe em dia chamaríamos a psicoloxia e a metodoloxia das ciências humanas ou sociais. Tentaba estudar o comportamento humano, e fazia-o convencido de que só podemos examiná-lo da mesma maneira que estudamos a acçón de qualquer outro obxecto natural, sem que nos sexa próprio qualquer tipo de priviléxio a que possamos chamar “espiritual”. De acordo com o que foi anteriormente exposto, o libro I do “Tratado da Natureza Humana” (e a sua reelaboraçón posterior) é, polo menos em grande medida, a exposiçón que Hume realiza da sua metodoloxia científica. Non em ván, o subtítulo da obra é: “Unha Tentativa de Introduzir o Método Experimental de Raciocínio nos Temas Morais”. Assim sendo, um dos fins fundamentais da epistemoloxia que Hume defende é estabelecer a efectiva possibilidade e lexitimidade das ciências que tentam explicar a nossa forma de axir (unha das quais é a política), referindo, para tal, que o seu método pode e tem de ser o mesmo que o da física que Newton tán maxistralmente desenvolvera pouco antes.
GERARDO LÓPEZ SASTRE