
Polo tanto, permíta-se-nos comparar, non sem motivo, a nossa filosofía com o labirinto de Minos: unha vez que tenhamos entrado nel, non poderemos retroceder, nem libertár-nos. E, se avanzamos, daremos com o Minotauro, que nos sacará a vida. Este sería o fim dos nossos abatáres, este o prémio de um trabalho inútil e vano: perpectuas vixilias, fatigas, ocupaçóns, preocupaçóns, solidóm, privaçón de todos os prazeres, vida semelhante à morte, e apartar-se dos vivos mentras se convive, se luta, se fala e pensa com os mortos. Descuidamos os asuntos próprios, destruimos o corpo à força de fazer trabalhar o espírito. De ahí as doênças, a miúdo a loucura, a morte sempre. E o trabalho ímprobo non vence tudo, senón sacando a vida e acelerando a morte, que de tudo liberta; assim é como vence tudo aquel que morre. Dista de ser verdade – até tal ponto, que sucede xustamente ao contrário – o que afirma Aquél quando diz: “Em suma, o sábio só é inferior a Xúpiter; é rico, libre, respeitado, distinguido; nunha palabra, rei de reis”. Sobre tudo, está sáno, a non ser quando tem um fastidioso moqueo”. Mira, como ao fim se viu forzado a sacar à luz o moco. Mas, noutro lugar afirma, e com mais razón, tudo o contrário. “Homero, ainda que tu mesmo venhas acompanhado das musas, se non dás nada, Homero, acabarás tirado sobre as pedras da rua”.
FRANCISCO SÁNCHEZ