Arquivos mensuais: Setembro 2021

A TEORÍA DE TUDO (F – 54)

O processo de renormalizaçón fai intervir magnitudes infinitas positivas e negativas, que se anulam mutuamente, de maneira que tras unha contabilidade matemática muito cuidadosa, os valores infinitos positivos e negativos que surxem na teoría, quase se anulam entre sí, deixando um pequeno residuo correspondente aos valores finitos observados da massa e da carga. Essas manipulaçóns podem parecer o tipo de cousas que nos fán obter mala nota nos exámes de matemáticas na escola, e a renormalizaçón é, em efeito, matematicamente discutíbel. Unha consequência resulta de que os valores para a massa e a carga dos electróns obtidos mediante esse método podem ser qualquer número finito. Isto tem a ventaxa de que os físicos podem escolher os infinitos negativos de tal maneira que dem a soluçón correcta, mas, apresenta o inconveniente de que a massa e a carga do electrón non podem ser predecídas pola teoría. Mas, unha vez que fixamos a massa e a carga do electrón, de tal maneira, podemos utilizar a “QED” para efectuar muitas outras predicçóns bastantes precísas, , todas as quais concordam com grande exactitude com as observaçóns, de maneira que a renormalizaçón, é um dos ingredientes essênciais da “QED”. Um dos triûnfos iniciais da “QED”, por exemplo, foi a predicçón correcta do chamado “desprazamento de Lamb”, unha minúscula variaçón na enerxía de um dos estados do átomo de hidroxénio, descoberta em1947. O êxito da renormalizaçón na “QED”, impulsou vários intentos de buscar teorías quânticas de campos, que descubriram as outras três forzas da natureza. Mas a divisón das forças naturais em quatro clásses, resulta probabelmente artificial, unha mera consequência da nossa falta de comprehenssón. Polo tanto, a xente começou a buscar unha “Teoría de Tudo” que unificára os quatro tipos de força em unha só lei, que fora compatíbel com a teoría quântica. O qual sería o Santo Grial da física. Um indício de que a unificaçón é o caminho correcto vem da “teoría das interacçóns débeis”. A “teoría quântica de campos” que descrébe a interacçón débil por sí só, non pode ser renormalizada, é dizer, os seus infinitos non podem ser anulados restando outros infinitos, para dar um número finito para magnitudes como a massa e a carga. Non obstânte, em 1967, Abdus Salam e Steven Weinberg, independentemente o um do outro, propuxerom unha teoría em que o electromagnetismo quedaba unificado com as interacçóns débeis e encontrárom que essa unificaçón evitába a praga dos infinitos. A força unificada denomína-se “força electrodébil”. E esta teoría pudo ser renormalizada e descubríu três novas partículas, denominadas W+, W- e Zº. Em 1973, forom comprobadas polo “CERN” de Xinebra evidências da partícula “Zº”. Salam e Weinberg, receberom o prémio Nobel de fÍsica em 1979, ainda que as partículas “W e Z” non forom observadas directamente até 1983.

STEPHEN HAWKING E LEONARD MLODINOW

ROUSSEAU (CONFISSÓNS)

Um estilo que, por outro lado, non flui sem mais, mas que é o resultadp de um processo laborioso. Segundo nos diz no libro III das “Confissóns”, a sua dificuldade para escreber é extrema. As ideias fermentam até emocioná-lo, mas imerso em tal aturdimento é incapaz de escreber. Os seus manuscritos, pexados de riscos e borróns, confusos e indescifrábeis, testemunham o esforço que lhe custarom. Tinha de os transcreber quatro e até cinco vezes antes de os entregar à tipografía. Nunca conseguiu trabalhar de pluma na mán diante de unha mesa e de um papel. As ideias inesperadas e repentinas fluem durante as suas caminhadas, de noite na cama e durante as insómnias. Lamenta non ter levado o diário das suas viaxens. “Nunca pensei tanto, nem vivi tanto, nem fun tanto eu mesmo como nas que fixem só e a pé. A caminhada tem algo que anima e me aviva as ideias: quando estou quieto quase non consigo pensar”, lemos no libro IV das “Confissóns”. Xulga ter escrito as suas obras nos anos de declínio, polo qual aprecía muito mais aquelas que urdiu durante as viáxes, mas que nunca escrebeu. Naturalmente, nunca levava papel nem pluma. Tendo-o previsto, non lhe tería ocorrido nada. “As ideias vêm quando lhes apráz.” “Durante as minhas caminhadas” – lemos no libro IV das “Confissóns” – “podia submerxir-me caprichosamente no país das quimeras.” Para Rousseau, a natureza era o gabinete de trabalho intelectual. Dir-se-ia que Schopenhauer concorda com ele, quando compara o filosofar a unha excursón alpina. A filosofia sería como um elevado caminho alpino ao qual só se pode aceder seguindo unha escarpada e pedregosa senda pragada de penedos pontiagudos; “esta via de acesso é unha senda solitária, que se torna tanto mais intransitada conforme se ascende por ela. Lá em cima, no meio do ar puro da montanha, xá se consegue ver o sol, mesmo quando ainda reina a noite muito mais abaixo”, lemos no fragmento sexto dos seus “Escritos Inéditos de Juventude”. E as paisaxens suíças, tán caras a Rousseau, som também aproveitadas por Schopenhauer para se referir à empreitada de filosofar: “O verdadeiro filósofo procura sempre a luz e a clareza e esforça-se para ser como um lago suíço, capaz de xuntar unha grande profundidade a unha enorme clareza, que é precisamente, o que revela a sua profundidade”.

ROBERTO R. ARAMAYO

LITERATURA CLÁSSICA LATINA (A COMEDIA)

ANDRONICO E NEVIO

Volcacio Sedígito nem sequer menciona a Andronico na sua lista dos dez melhores (é dizer, mais divertidos) comediógrafos, mas asignaba a Nevio um terceiro lugar depois de Cecilio e Plauto, invertindo a sua ordem cronolóxica. Cicerón non consideraba as obras de Andronico dignas de unha segunda leitura e mais ainda na comedia que na traxédia, o seu destino foi sofrer comparaçóns invexosas por parte dos seus sucesores. Supunha-se logo que Plauto tinha tomado muito de Andronico, e existía a tradiçón de que Terencio citaba satíricamente um verso de Andronico, “lepus tute es: pulpamentum quaeris?” (És unha lebre: ¿estás tú buscando condimento?). Isto foi comparado com unha forma de expresón favorita de Plauto, na qual as adivinhanzas (mas non os epigramas como este) plantexam-se com unha identificaçón mais ou menos rara, seguida por unha explicaçón com conxunçón non copulativa ou causal. A influênça de Nevio sobre Plauto resulta muito mais clara polos títulos e estilos dos fragmentos. Se um dramaturgo arcaico é acreedor do mérito de ter estabelecido a forma e fixado a fala da comédia em Roma, é el. Alguns suxérem que Plauto trabalhou com el, ou revisou alguns dos seus argumentos. Títulos tais como: Lampadio, Stalagmus, Stigmatias e Technicus, referem-se a escravos com papeis principais; os títulos da Comédia Nova, rara vez se referem a um escravo e muito menos ainda polo seu nome. Parece que Nevio, non Plauto, sería o responsábel da promoçón do escrávo astucto na comédia romana. Por outra parte, obras chamadas: Testicularia, Apella, Triphallus/Tribacelus; implicam um enfoque mais obsceno do que podemos encontrar na Comédia Nova ou em Plauto. Nevio rebautizaba libremente as obras que adaptaba e xuntaba materiais que tinham alusóns itálicas ou ideias dramáticas suxerídas mais ou menos especificamente por outras obras gregas. Plauto seguíu a Nevio nestes pontos e podemos sacar a importante conclusón de que non invitarom aos seus públicos ou esperarom que estes se preocuparam com os orixinais, ou mediram as excelências em têrmos de fidelidade à letra ou ao espírito. As alusóns num fragmento a Preneste e à comédia romana, considerou-se que demonstravam que Nevio inventou a “togata” (obra de toga), ou temas domésticos itálicos; de feito inventou a “praetexta” (obra de pretexta), o xénero em que os temas romanos, antigos e modernos, apresentabam-se na forma e estilo da “fabula crepidata” (obra de crepida ou sandália), quando as representaçóns da traxédia grega se conhecerom em tempos posteriores. Non obstânte, resulta ao menos tán probábel que o “Ariolus” fora unha “fabula palliata” (obra de pallium ou manto) que representaba à Comédia Nova, e que Nevio xá exploraba a ambiguedade esêncial do xénero, como que estaba claro que os gregos na sua vida familiar falabam um verso latino entusiasta e rotundo para criar um ambiente greco-romano. Este é também um rasgo central da comédia plautina. Nevio tinha entre os escoliastas reputaçón de aberto politicamente. Afirmaba-se que tinha caído em desgraça diante dos Metelos, por telos nomeado em escêna num verso irónico, mas parece questionábel que outros fragmentos restântes estéxam relacionados com este asunto. As alusóns contemporâneas em Plauto som frustrantemente difíceis para o historiador. Non obstânte, sería erróneo considerar as suas obras como apolíticas em conxunto; simplesmente foi mais cuidadoso que Nevio. Supón-se que morreu no 184 a. C., deducíndo-se pola ausência de didascalias dactadas mais tarde. É possíbel que Plauto fora um dos que suscitou a atençón de Catón o Censor naquel ano de reforma moral. O “Poenulus” do 188/7 a. C., ainda que fora unha obra desmesurada, resulta notábel polas suas premisas liberais e cosmopolitas. O amante é cataginés de nascimento e etolio de adopçón; desta maneira representa ós dous estados mais detestados e nos que menos confiabam os romanos contemporâneos. Non obstânte, é retratado com simpatía, ainda que desigualmente, e non há sinais de xenofobia, a pesar de que a obra foi producída com seguridade durante a vida de Aníbal (morto o 183 a. C.). Resulta difícil imaxinar a um partidário de Catón, financiando como edil esta obra; o feito de que Plauto tenha empreendido a sua produçón com éxito, comfirma-nos a sua autoridade e a imparcialidade do seu público.

E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)

PLOTINO (CULTOS ORIENTAIS)

Naquela altura, a relixión persa era o zoroastrismo, culto oficial e milenar dos sassânidas que, como tudo o que vinha do Oriente, sempre tinha fascinado o xovem e carente de memória pobo grego. Plotino non era a excepçón. Na sua fase alexandrina, mostrou grande curiosidade por esse conxunto de saberes exóticos, embora non tenhamos conhecimento se, de facto, os estudou a fundo, unha vez que non chegou à Pérsia e muito menos à Índia; as alusóns à sabedoria exípcia das “Enéadas”, que incluiem unha breve reflexón sobre os hieróglifos, som bastante marxinais. Certo é que, paralelamente à sua atraçón polo que consideraba a “pureza” das relixións persa e indiana, Plotino entregou-se a unha crítica insistente e impiedosa das tentativas de vulgarizaçón dos cultos orientais que penetravam no Império cada vez com maior frequência. Assim, escrebeu um tratado “Contra os Gnósticos” (o ramo do cristianismo que lhe era mais familiar) e, posteriormente, xá em Roma, encarregaria os seus alumnos de fazer o mesmo com as doutrinas espúreas de Zoroastro que eram divulgadas em Alexandria. Assim, o mais sensato será concluir que, apesar das suas tentativas, Plotino non teve acesso real a nenhum outro saber além do clássico e das fusóns xudaico-alexandrinas que chegavam à grande urbe oriental. Por outro lado, isto é lóxico xá que as próprias relixións orientais eram cada vez menos “autênticas”, fruto de terem sido submetidas a um processo de readaptaçón e helenizaçón a partir da expansón asiática do Império Macedónio no século IV a. c. Talvez o melhor exemplo disso sexa a fusón entre o xudaísmo e o helenismo que acabou por dar lugar ao cristianismo.

ANTONIO DOPAZO GALLEGO

BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO (4)

Parecia haber unha conspiraçón universal entre os autores de libros de estudo, no sentido de garantir que a matéria de que tratavam nunca chegasse demasiado perto de algo com um mínimo de interesse, e se mantivesse sempre a unha distância imensa do que fosse francamente interessante. Hoxe sei que há grande quantidade de escritores científicos a assinar a prosa mais lúcida e cautivante – Timothy Ferris, Richard Fortey e Tim Flannery som três exemplos que se me acordam de unha simples letra do alfabeto (para non falar no fantástico Richard Feynman, que xá non se encontra entre nós) – mas, infelizmente, nenhum deles era autor dos libros de estudo que me passarom polas máns. Os meus foram todos escritos por homes (eram sempre homes) com a curiosa noçón de que tudo se tornava claro desde que fosse expresso por unha fórmula, e a estranha crença de que os miúdos americanos achariam graça a um capítulo que terminasse com unha secçón de perguntas para tentar resolver em casa, quando tivessem tempo. E, por isso, crescim com a convicçón de que a ciência era unha matéria supremamente chata, embora sempre alimentasse a suspeita de que non tinha porque ser assim, mas de preferência tentava non pensar no assunto. E assim aconteceu durante bastante tempo. Depois, muito mais tarde – há perto de quatro ou cinco anos – estaba eu num avión sobrevoando o Pacífico, olhando distraidamente para um oceano banhado polo luar, quando pensei, com unha certa insistência desagradábel, que non sabia absoluctamente nada sobre o único planeta em que algunha vez ia viver. Non sabia, por exemplo, porque é que os oceanos eram salgados e os Grandes Lagos non. Non tinha a mais pequena ideia. Non sabia se os oceanos acumulavam sal ao longo dos tempos ou non, nem tán pouco se me deveria preocupar com os seus níveis de salinidade. (Tenho o maior prazer em anunciar ao leitor que, até aos finais da década de 1970, os cientistas tampouco sabiam responder a estas questóns. Portanto, nunca faziam muito alarido acerca delas.)

BILL BRYSON

ESPINOSA (O MÉTODO INTUITIVO-PARADOXAL)

Propomos aqui unha pequena experiência para mostrar, de forma evidente, o que Espinosa nos diz sobre a realidade e o ser humano. Trata-se de unha experiência paradoxal, xá que ilustra o pensamento mais racionalista, fundamentado nos conceitos mais abstractos, através do exame de unha experiência visual directa. Ou sexa, recorremos aos sentidos, aos dados sensoriais, para abordar um pensamento caracterizado, precisamente, por lhes negar validade filosófica. O obxectivo é “ver” intuitivamente, captar de imediato, o que Espinosa defende conceptualmente sobre a estructura e a base da realidade, o que, no seu caso, equivale a toda a realidade. É pouco provábel que o próprio Espinosa aprovasse este método como meio para apresentar as suas concepçóns. Non foi em ván, tal como xá referimos, que teve um trabalho enorme para construir um complexo sistema conceptual, um sistema metafísico omniabranxente que non derivava da realidade nem da experiência, pois era xerado matematicamente através de testes xeométricos. Porém, temos de estabelecer unha diferença básica neste ponto. Consideraremos aquí que o método xeométrico espinosista é expositivo ou demonstractivo, non é indagativo. Isto significa que o filósofo parte de unha visón inicial prévia à argumentaçón, e que esta argumentaçón é um meio para expor e transmitir essa visón, mas non a via para a criar. A visón do mundo e da existência está na orixem da filosofia de Espinosa. O momento da argumentaçón é posterior: é imprescindível, é essencial, mas posterior. De acordo com a concepçón de que a visón espinosista é prévia à sua “demonstraçón xeométrica”, é entón possíbel e lexítimo tentarmos aproximar-nos dela por unha via intuitiva, non argumentativa. Nos próximos capítulos, cinxir-nos-emos às suas ideias claramente expressas. Mas para quem quiser perceber de imediato o que Espinosa vai referir sobre o mundo, sobre a existência e sobre si próprio (tanto de Espinosa como do leitor), a seguinte experiência intuitiva poderá ser muito esclarecedora.

JOAN SOLÉ