
Contudo, existem diferenças entre as características dos processos iluministas da França, Alemanha e Inglaterra. O Iluminismo françês caracteriza-se pola procura da unificaçón do conhecimento, espelhado na “Enciclopédia”, e apresenta um grande conteúdo político e social, reflectido posteriormente na “Revoluçón Françesa”. Para o Iluminismo alemán, a razón concebe-se mais como um método do que como um ideal, manifestando um carácter muito mais sistemático do que os Iluminismos françês e inglês. Por sua vez, o Iluminismo inglês, fundamentado no empirismo e no sistema científico de Newton, apresentará propostas mais individualizadas e utilitaristas, e centrará as suas discussóns mais relevantes nos assuntos da relixión, da moral pública e privada, e da defesa acérrima da observaçón e da experimentaçón. Um a um, os inspiradores e protagonistas do processo iluminista inglês (Newton, Locke, Berkeley, Hume, Toland, Clarke, Mandeville, entre outros) ván derrubando os obstáculos que impediam o ser humano de sair do seu estado de menoridade. Newton formulou um sistema mecânico capaz de explicar o universo nos seus “Princípios Matemáticos da Filosofia Natural”, publicados em 1687, quando Berkeley tinha apenas dous anos. Assim, podemos compreender o motivo polo qual a polémica entre relixión natural e a relixión revelada, e a irrupçón do deísmo como conceito essêncial do Iluminismo respondem a unha mudança de enorme envergadura no terreno do conhecimento científico. Face à relixión revelada, a natural exclui o mistério e agarra-se à razón sob o nome de “deísmo”, defendendo as verdades que a razón demonstra ou compreende. A relixión natural remete para essa capacidade racional de poder deduzir a existência de Deus. Trata-se de um conhecimento da divindade a partir dos próprios meios humanos, ao passo que a relixión revelada, esixe unha mensaxem divina. O “deísmo” non é senón a possibilidade de conhecer Deus através da razón e da experiência. É muito significativo que “deísta” e “libre-pensador” fossem considerados no século XVIII dous conceitos quase sinónimos, pertencentes ao longo processo de racionalizaçón da teoloxia que culminaría no século XIX com a obra de outro inglês, Charles Darwin.
LUIS ALFONSO IGLESIAS HUELGA













