Em Atenas, vecinha imediáta de Mégara e sua rival pola posessón de Salamina, os mesmos problemas sociais e económicos opunham-se à velha aristocracia, mas Atenas foi mais afortunada em quanto ao resultado político. Foi salvada dos piores excesos da “stasis” por um home de Estado cuxas reformas evitarom a guerra civil e que foi considerado pola democracia posterior como um dos seus precursores. Mas Solón também foi um poeta e os seus poemas presentam-se-nos xunto com um fenómeno extraordinário: um dirixente político utiliza a poesía como principal meio de comunicaçón para axitar, advertir, anunciar e defender a sua política. Como é habitual, a maioria da sua obra perdeu-se. Dióxenes Laercio conta-nos que os seu versos elexíacos sumabam um total de cinco mil e que também escrebeu yambos e épodos. Non se conserva rastro algum dos épodos, mas temos uns vinte versos tetrámetros trocaicos, mais ou menos quarenta e sete trímetros yámbicos, e douscentos dezanove dos cinco mil versos elexíacos. É um resto lamentabelmente pequeno; ainda assim resulta bastante para evocar unha personalidade inesquecíbel: um home de Estado e poeta que non só foi o primeiro ateniense que surxe da obscuridade histórica dos tempos sem escritura. “As vidas atenienses” de Plutarco começam com Teseo, o mítico fundador da unidade ática; o seguinte no tempo é Solón – a única personáxe histórica anterior ao século V de quem a tradiçón oral e os documentos históricos habíam conservado material suficiente para unha biografía -. Cilón, que levou a cabo o primeiro intento de fundar unha tiranía ateniense, e Dracón, que escrebeu as leis com sangre, som figuras históricas, mas para nós som pouco mais que nomes; os fragmentos de Solón proporcionam-nos destelhos de unha personáxe polifacéptica, e também o meio no qual vivíu – aquel século VI, que na literatura, arte e experimentaçón social sentou as bases da idade de ouro de Atenas. Foi conhecido polas épocas posteriores como “o lexislador”, e os oradores atenienses do século IV nunca se cansam de invocar a seu nome como critério de legalidade tradicional. Mas a sua carreira começou com um desafío ao espírito, senón à letra, da lei. Unha guerra non decisiva com Mégara (finais do século VII) pola posessón da ilha estratéxicamente vital de Salamina, tinha disgustado tanto aos atenienses que estes deixarom de lutar e decretarom a pena de morte para qualquera que falára ou escrebera a favor de renovar as hostilidades. Solón (finxindo demência e levando unha gorra de inválido na cabeza) chegou à ágora e declamou o seu poema elexíaco de cem versos “Salamina”, um chamamento para tomar a ilha a toda a custa. “Vinhem em pessoa, heraldo da encantadora Salamina”, começaba, “interpretando um canto, um modelo de verso, em lugar de um discurso”. O núcleo do seu canto era um reproche, unha expressón enérxica da ignomínia que levaría consigo abandonar Salamina. Se non a tomamos, continua afirmando num dos fragmentos, “nesse caso quixéra eu ser entón folegandrio ou sicinita em lugar de ateniense, mudando de patria. Porque em seguida ía correr este rumor entre a xente: “Ésse é um ateniense dos que abandonarom Salamina”.
P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)