LOCKE (A ECLOSÓN DA BURGUESIA)

A guerra civil britânica de 1642 foi unha amostra das convulsóns que fustigariam os governos da Europa e que acabariam por dar orixem aos Estados modernos. Locke tinha dez anos quando começou o conflícto, apesar de a sua formaçón non ter sido afectada polo confronto bélico graças aos contactos que o seu pai urdíu no grupo vencedor. A família de Locke ficaria desde o início do lado do parlamento: o seu pai alistou-se para lutar e foi nomeado capitán de unha das milícias por Alexander Popham, fervoroso parlamentarista e home influênte na rexión; como vimos no capítulo introductório, este posicionamento do pai facilitaria, acabada a guerra, o acesso de John Locke às instituiçóns de ensino mais conceituadas do país. O conflícto puxo frente a frente o rei absoluctista Carlos I de Inglaterra e os defensores do parlamento britânico. Como xá fixéra o seu pai, Carlos I prescindia do parlamento à vontade, anuláva-o durante longos períodos, até que lhe voltára a interessar convocá-lo. As maiores disputas entre o rei e o parlamento surxiram por causa do dinheiro. O monarca pretendia usar os impostos para reforzar a marinha e pagar as campanhas bélicas que mantinha abertas contra a Holanda e a Espanha, enquanto o parlamento se opunha a isso. Certo é que obtivera algunhas victórias, como aquela que, com a axuda da França, propiciou a libertaçón da Flandres da coroa espanhola em 1643, mas também fracassou em muitas outras contendas. De modo que os latifundiários e os novos burgueses, que constituíam o parlamento e eram quem contribuía com o dinheiro, mostravam-se reticentes a gastá-lo em empressas com escassas possibilidades de sucesso. Carlos I, autoritário e pouco paciente, estaba convencido de que o seu estatuto emanaba directamente da divindade, e non ia permitir que um grupo de súbditos se opuxéram às suas ordens. O seu desprezo polos conselhos dos parlamentares e a sua mala xestón provocarom um grande mal-estar, que acabou por derivar nunha guerra civil em que cada inglês escolheu o seu bando, segundo os seus interesses e crenças. O norte e o Oeste do país optaram por apoiar o rei de forma xeneralizada, enquanto no Sul e no Leste se concentraram os defensores do parlamento. Instalou-se um conflícto em que a emerxente burguesia pôs em xeque a velha aristocrácia.

SERGI AGUILAR

Deixar un comentario