Arquivos mensuais: Agosto 2021

O VINHO (3)

Neste terceiro artigo sobre o vinho, procuraremos andar em torno do conceito de “terroir”, ou sexa da personalidade distintíva que o terreno transmite aos caldos. Tendo em conta os progressos que se verificarom nos últimos anos no mundo da enoloxía, e que permitem na actualidade fabricar bons vinhos, inclúso vinhos extraordinários, em qualquer parte do planeta, isto, podería levar a que os vinhos tenderam a ser todos iguais. Ou polo menos a parecerem-se bastante todos eles, o qual sería, do ponto de vista comercial, unha autêntica catástrofe económica e non só. Os entendidos na matéria, afirmam que isto podería dar-se no campo dos vinhos medíocres, mas nunca nos grandes vinhos, que tenhem um nome e um apelido, ou sexa unha marca. Que, nem a regulaçón térmica, nem a mesa de selecçón, nem a prensa pneumática, poderiam arruinar a personalidade dos bons vinhos. A nocçón francesa de “terroir”, que era quase ignorada antâno, agora alcânça unha importância relevante, para diferênciar os grandes vinhos, que buscam a expressón singular do lugar de cultivo, procurando sacar todo o potêncial característico déstas terras. Non obstânte, as terras ricas non som forzosamente as que dam grandes vinhos. Os terrenos escolhidos, aliádos com unhas boas condiçóns climáticas, podem dar às vezes vinhos inigualábeis, como poderiam ser: um Margaux, um Latour, ou um Mouton, etc… Ungría, Itália e Espanha, tenhem muitos bons vinhos, inclúso algúns excepcionais. Grandes vinhos, vinhos diferentes, imáxes do seu próprio território, e da incríbel diversidade que constitui a riqueza do mundo.

LÉRIA CULTURAL

LEIBNIZ (PARIS VALE BEM… OUTRA FILOSOFIA)

Leibniz prolongará a sua estada em Paris por quase quatro anos, até Outubro de 1676. Tanto os seus biógrafos como os seus intérpretes están de acordo em sublinhar a importância deste período para o desenvolvimento científico e filosófico do autor. Nesta cidade, devorou os manuscriptos de Descartes e Pascal, e conheceu pessoalmente Antoine Arnauld, o bibliotecário real Pierre Carcay, Malebranche -com quem manterá unha significativa correspondência ao longo da sua vida- e diversos cientistas e matemáticos como Mariotte, Roberval, Tschirnhaus e, sobretudo, Huygens, que o axudou a aprofundar o conhecimento da matemática; xá na visita realizada por Leibniz a Huygens no Outono de 1672, este tinha recomendado a leitura das obras de Pascal, Fabri, a “Geometria de Descartes”, a “Arithmetica infinitorum de John Wallis” e o “Opus Geometricum” de Grégoire de Saint-Vincent, e tinha-lhe apresentado um problema matemático (que Huygens xá habia resolvido em 1665) para pôr à proba o xovem alemán: encontrar a suma da série infinita dos números triangulares recíprocos. Em Leipzig e Jena, Leibniz tinha estudado fundamentalmente aritmética (propriedades dos números e combinatória), mas conhecia bem as suas lacunas nos níveis superiores da matemática e da xeometria. Por isso, aprofundar o seu estudo era unha das suas prioridades. Proba do aproveitamento intensivo dos seus estudos parisienses foi a sua descoberta do “cálculo das diferênças e da quadratura aritmética”, ambos tán relevantes na polémica para estabelecer a prioridade na descoberta do “cálculo infinitesimal”, sem esquecer a construçón da máquina de calcular que Leibniz apresentou à Academia de Ciências de Paris para pedir a sua admissón. O artefacto de Leibniz podia multiplicar, dividir e calcular raízes quadradas, ultrapassava, por isso, a máquina aritmética de Pascal (a “pascalina”, que só podia sumar e subtrair). Leibniz gastou as suas poupanças na sua construçón.

CONCHA ROLDÁN

LITERATURA CLÁSSICA GREGA (SOLÓN)

Em Atenas, vecinha imediáta de Mégara e sua rival pola posessón de Salamina, os mesmos problemas sociais e económicos opunham-se à velha aristocracia, mas Atenas foi mais afortunada em quanto ao resultado político. Foi salvada dos piores excesos da “stasis” por um home de Estado cuxas reformas evitarom a guerra civil e que foi considerado pola democracia posterior como um dos seus precursores. Mas Solón também foi um poeta e os seus poemas presentam-se-nos xunto com um fenómeno extraordinário: um dirixente político utiliza a poesía como principal meio de comunicaçón para axitar, advertir, anunciar e defender a sua política. Como é habitual, a maioria da sua obra perdeu-se. Dióxenes Laercio conta-nos que os seu versos elexíacos sumabam um total de cinco mil e que também escrebeu yambos e épodos. Non se conserva rastro algum dos épodos, mas temos uns vinte versos tetrámetros trocaicos, mais ou menos quarenta e sete trímetros yámbicos, e douscentos dezanove dos cinco mil versos elexíacos. É um resto lamentabelmente pequeno; ainda assim resulta bastante para evocar unha personalidade inesquecíbel: um home de Estado e poeta que non só foi o primeiro ateniense que surxe da obscuridade histórica dos tempos sem escritura. “As vidas atenienses” de Plutarco começam com Teseo, o mítico fundador da unidade ática; o seguinte no tempo é Solón – a única personáxe histórica anterior ao século V de quem a tradiçón oral e os documentos históricos habíam conservado material suficiente para unha biografía -. Cilón, que levou a cabo o primeiro intento de fundar unha tiranía ateniense, e Dracón, que escrebeu as leis com sangre, som figuras históricas, mas para nós som pouco mais que nomes; os fragmentos de Solón proporcionam-nos destelhos de unha personáxe polifacéptica, e também o meio no qual vivíu – aquel século VI, que na literatura, arte e experimentaçón social sentou as bases da idade de ouro de Atenas. Foi conhecido polas épocas posteriores como “o lexislador”, e os oradores atenienses do século IV nunca se cansam de invocar a seu nome como critério de legalidade tradicional. Mas a sua carreira começou com um desafío ao espírito, senón à letra, da lei. Unha guerra non decisiva com Mégara (finais do século VII) pola posessón da ilha estratéxicamente vital de Salamina, tinha disgustado tanto aos atenienses que estes deixarom de lutar e decretarom a pena de morte para qualquera que falára ou escrebera a favor de renovar as hostilidades. Solón (finxindo demência e levando unha gorra de inválido na cabeza) chegou à ágora e declamou o seu poema elexíaco de cem versos “Salamina”, um chamamento para tomar a ilha a toda a custa. “Vinhem em pessoa, heraldo da encantadora Salamina”, começaba, “interpretando um canto, um modelo de verso, em lugar de um discurso”. O núcleo do seu canto era um reproche, unha expressón enérxica da ignomínia que levaría consigo abandonar Salamina. Se non a tomamos, continua afirmando num dos fragmentos, “nesse caso quixéra eu ser entón folegandrio ou sicinita em lugar de ateniense, mudando de patria. Porque em seguida ía correr este rumor entre a xente: “Ésse é um ateniense dos que abandonarom Salamina”.

P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)

GADAMER “PENSAR A SOMBRA DO SEU MESTRE”

Quem non conhecer Homero, non poderá entender nem sequer o termo “ápeiron” nos vestíxios do liibro de Anaximandro de Mileto; quem non fizer ideia das elexías de Sólon, perderá muitos matizes da personáxe platónica Sócrates; mas também quem non ler Heraclito non poderá realmente entender o significado do pitagorismo antigo. Inclusive suspeito que se entende melhor Aristóteles estudando quem o interpretou com a intermediaçón do Corán, do Primeiro Testamento ou de ambos os Testamentos, na Idade Média, do que se apenas se conhecer a evoluçón do pensamento filosófico grego até ao Liceu. Definitivamente, os discípulos de um filósofo, por mais díscolos que se proponham ser, non fazem senón pensar a sombra do seu mestre, isto é, tanto as conclusóns que ele non chegou a obter da sua própria doutrina, como os pressupostos a partir dos quais a concebeu e aqueles para os quais non conseguíu voltar totalmente a sua reflexón. Como disse mais acima, a rebeldia e a antítese, se non forem muito precavidas, ficam quase mortalmente dependentes daquilo contra o que se rebelam e querem negar. Na verdade, também eu, agora, som mais um efeito dentro da indefinidamente longa “história efeitual” de unha cada vez mais enmaranhada encruzilhada de tradiçóns que se sobreponhem mal ou bem. E o mesmo “crash of civilizations” de que non se pode deixar hoxe de falar (sobretudo para o exorcizar,) non é senón um axuste demasiado brusco de horizontes que confluem, que se fundem parcialmente e que, xustamente por isso, reaxem furiosos contra deixar-se unir. Um terceiro conceito capital é o do xogo, que abarca (em alemán e noutras línguas em xeral, e em Gadamer muito em particular) o nosso mesmo conceito, mas também o de performance, representaçón, actualizaçón. Gadamer depende, neste ponto, non apenas de Heidegger mas também de Roman Ingarden, aluno polaco de Husserl, que tinha publicado em 1931 (em alemán) um texto posteriormente bem conhecido: “A obra de arte literária. Unha investigaçón no território limítrofe entre ontoloxía, lóxica e teoría da literatura”. Resumindo, o problema que expón Ingarden e reexpón Gadamer é o de saber onde e como existe unha obra de arte (a vinculaçón com a literatura é prescindível; de facto, 30 anos depois, conseguíu Ingarden publicar unha “Ontoloxía da Obra de Arte” que tem como tema a música, a arquitectura e as artes plásticas). Será o “Quixote” um volume da biblioteca? Será o modelo universal de todos os volumes de todas as bibliotecas que dizem ter o seu Quixote? Está escrito em espanhol? Está pensado em espanhol? Porque também poderia acontecer que a sua existência primordial fosse a que habia na mente de Miguel de Cervantes. Non é, antes, verdade que o Quixote, como toda a obra de arte, apenas existe no xogo da leitura, no qual non está implicado unicamente o significado do texto, nem sequer também o seu ritmo linguístico, mas igualmente o leitor com o seu horizonte interpretativo?

MIGUEL GARCÍA-BARÓ

ESCRITORES HISPÂNOS (MARIANO AZUELA)

Azuela, Mariano (Lagos de Moreno, Jalisco, 1873 – 1952). Novelista mexicano. Estudou medicina e servíu como médico durante a Revoluçón Mexicana. Desiludido, escrebeu unha excelente novela sobre a luta iniciada em 1910, “Los de abajo” (El Paso, Texas, 1916), que o mesmo Azuela adaptou depois para ser representada. “Los cacíques” (1917) e “Las moscas” (1918), também desarrolham o tema revolucionário, mentras que a sátira “La luciérnaga” (Madrid, 1932) relata com simpatía a vida dos brancos pobres e dos indios de Ciudad de México. As suas primeiras novelas forom “María Luisa” (1907), “Los fracasados (1908), “Mala yerba” (1909), “Andrés Pérez, maderista” (1911) e “Sin amor” (1912). As últimas obras de Azuela forom de biografía novelesca: “Pedro Morena, el insurgente” (1935), “El camarada Pantoja” (1937), “San Gabriel de Valdivias” (1936), “Regina Landa” (1939), “Avanzada” (1940), “La nueva burguesía” (Buenos Aires, 1941), “La marchanta” (1944), “La mujer domada” (1946), a novela proletária “Sendas perdidas” (1949) e duas mais, publicadas póstumamente: la iracunda “Esa sangre” (1955) e a sátira “La maldición”, do mesmo ano. Azuela escrebeu crítica literaria em “Cien años de novela mexicana” (1947). As suas “Obras completas” aparecerom em três volûmes de 1958 a 1960. A través da sua obra Azuela mostra-se como um pessimista: as suas personáxes som a miúdo meros vehículos para expressar as suas próprias preocupaçóns. A sua penetraçón psicolóxica rara vez é consistente ou profunda, mas os argumentos que manéxa som elaborados e convincentes; o estilo é claro e preciso e a utilizaçón que fai da técnica naturalista, permíte-lhe mostrar o vasto panorama da “Revolución”através de unha série de incidentes diversos interrelacionados.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (AZORÍN)

Azorín (Monóvar, Alicante, 1873 – 1967). Pseudónimo de José Martínez Ruiz, quem num princípio utilizou o nome de “Cándido” em “La crítica literaria en España” (1893), despois firmou “Ahrimán” no seu libro de crítica satírica “Buscapiés” (1894) e finalmente quedou como “Azorín”, apelido muito comum na zona levantina espanhola, a partir da sua famosa triloxía. Foi novelista e ensaista. Estudou dereito em Valência, Granada e Salamanca. Começou por ser um anarquista sentimental como Unamuno, Baroja e Maetzu e acabou sendo conservador. Chegou a Madrid com a esperanza de se converter em xornalista, mas foi despedido do “El Imparcial” pola sua insistência em publicar sobre a hambruna e a inxustíza reinantes na Andalucía. Non obstânte, foi perdendo a fé na acçón política como o demonstra na triloxía que o fixo famoso, “La voluntad” (Barcelona, 1902), que trata da abulia extrema; “Antonio Azorín” (1903) e “Las confesiones de un pequeño filósofo” (1904) mostram as vivências extraídas de unha experiência espiritual. O seu fermoso libro sobre “El alma castellana (1899) foi recebido com entusiasmo por Menéndez y Pelayo e por Clarín, mas foi com a triloxía quando começou a coalhar o conceito de “generación del 98”, hoxe tam popular entre os críticos. Antonio Azorín é o nihilista característico, paradigmático da xeraçón. Empapado da melancolía de Schopenhauer. Só a fé pode devolver o optimismo, mas Antonio e o seu amigo Yuste non a tenhem. As três novelas carecem de unha extructura tradicional, pois o argumento é débil ou non existe, e estám construídas a partir de um forte elemento de disquisiçón filosófica intercalada com breves estampas da infância e da adolescência de Martínez Ruíz. Pronto renegou da sua obra novelística e mudou para o ensaio, o qual cultivou às vezes com erudicçón, mas mais frequêntemente com um estilo impresionista e cuidadosamente escrito. A sua descripçón dos estados de ánimo e dos lugares, normalmente casteláns, resulta precisa e, na opinión de Ramón Pérez de Ayala, o seu estilo é plástico, cheio de delicadeza, valores pictóricos e conteúdo espiritual; com beleza estilística, sobriedade e, ao mesmo tempo, influênças clássicas. O seu primeiro nihilismo acabou convertido despois, num elegante escepticismo à maneira de Horacio. Os seus ensaios encontram-se reunidos nos libros: “Los pueblos” (1905), “La ruta de don Quijote” (1906), “España: hombres y paisajes” (1909), “Lecturas españolas” (1913), “Castilla” (1912), “Clásicos y modernos” (1913), “Los valores literarios” (1913), “Al margen de los clásicos” (1915), “Rivas y Larra” (1916), “Un pueblecito” (1916), “El paisaje de España” (1917), “Los dos Luises (de León y de Granada) y otros ensayos” (1921), “Una hora de España” (1924), “Racine y Molière” (1924), “Escritores” (1956), e “De Valera a Miró” (1959). Em 1930 tratou de escreber teatro, mas fracasou. Os seus contos forom recolhidos num volûme publicado em 1956 como “Cuentos”. Os melhores tinham sido editados em 1929 baixo o título de “Blanco en azul”. Escrebeu mais duas novelas à parte das xá citadas “Félix Vargas” (1928) e “Superrealismo” (1929). Ambas publicadas despois com diferênte título: a primeira como “El caballero inactual” e a segunda como “El libro de Levante”.

Oxford

ESCRITORES HISPÂNOS (RESURRECCIÓN M.ª AZKUE Y ABERASTURI)

Azkue y Aberasturi, Resurrección M.ª (Lequeitio, Vizcaya, 1864 – 1951). Erudicto e linguista vasco. Filho do poeta Eusebio M.ª de Azkue. Sacerdote, aos vintiquatro anos ocupaba xá a cátedra de vasquênce do Instituto de Bilbao. Presidíu durante muitos anos a “Academia de la Lengua Vasca”. Publicou unha “Gramática euskara” (1891), um “Diccionario vasco-español- francés” (1905 – 1906) – o primeiro diccionário vasco que recolhe com rigor a fala popular, sem alterar nem inventar -, unha “Morfología vasca” (1923) e unha “Literatura popular del País Vasco” (1935 – 1947), assim como libros didácticos para o aprendizáxe do vasquênce.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (ENRIQUE AZCOAGA IBAS)

Azcoaga Ibas, Enrique (Madrid, 1912). Poeta e crítico de arte. O seu primeiro libro, “Línea y acento”, escrito em 1933, foi recomendado para o Premio Nacional de Literatura desse ano, mas continua inédito por desexo do autor. Editou a revista “Atlântida” e depois “La Hoja Literaria” em 1933 xunto com Arturo Serrano Plaja e Antonio Sánchez Barbudo em Buenos Aires, cidade na que radicou de 1951 a 1963. Dos seus muitos libros de poesía podemos citar os seguintes: “El canto cotidiano” (1943), “Cancionero de Sanborombón” (1960), âmbos publicados em Buenos Aires; “España es un sabor” (1964), “Del otro lado” (1968), “Olmeda” (Salamanca, 1970) e “Primera antología de poemas truncados” (Málaga, 1971). Escrebeu um útil “Panorama de la poesía moderna española” (Buenos Aires, 1953) e várias monografías sobre arte como “Los dibujos de Gregorio Prieto” (1948) e “La mejor pintura asturiana” (Buenos Aires, 1957). A sua novela “El empleado” (1949) é unha meticulosa descripçón do tédio que produce trabalhar nunha oficina.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (GUMERSINDO DE AZCÁRATE)

Azcárate, Gumersindo de (León, 1840 – 1917). Filho de Patricio de Azcárate (1800-1886), escrebeu vários libros filosóficos como: “Del materialismo y positivismo contemporáneos” (1870). Converteu-se num filósofo social e político, e em defensor do “Krausismo”, abonou-se às teorías utilitárias de Herbert Spencer. Estudou dereito na Universidade de Oviedo e durante muitos anos foi diputado a Côrtes como representante de León. Entre os seus trabalhos mais conhecidos están “Estudios económicos y sociales” (1876), “Estudios filosóficos y políticos” (1877), “La constitución inglesa y la política del continente” (1878), “Tratados de política” (1883), “El régimen parlamentário em la práctica” (1885) e unha interesante “Minuta de un testamento” (1876), que resume as suas ideias políticas. A sua posiçón liberal foi o branco das críticas dos sectores ultrarrelixiosos representados por Menéndez y Pelayo.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (MANUEL AZAÑA Y DÍAZ)

Azaña y Díaz, Manuel (Alcalá de Henares, 1880 – Montauban, 1940). Político e crítico literário. Foi director de “La Pluma” (1920 – 1923) e “España” (1923 – 1924), ministro de Guerra e xefe do goberno de 1931 a 1933, e presidente da República de 1936 a 1939. Escrebeu vários libros sobre Juan Valera, entre eles: “Vida de don Juan Valera” (1926); “La novela de Pepita Jiménez” (1928) e “Valera en Italia” (1929). Compilou os seus ensaios em dous libros: “Plumas y palabras” (1930) e “La invención del Quijote e otros ensaios” (1931). A sua novela “El jardín de los frailes”, é em parte autobiográfica, inspirada nas suas experiências da xuventude; foi publicada em 1926. Traducíu “The Bible in Spain” de Borrow. Depois da contenda civil escrebeu unhas “Memorias políticas y de guerra”.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (VITAL AZA)

Aza, Vital (Pola de Lena, Asturias, 1851 – 1912). Autor teatral. Despois de estudar e practicar a medicina começou a escreber sainetes, alguns em colaboraçón com Miguel Ramos Carrión. A sua primeira obra estreada: ¡Basta de matemáticas!, acolheu bastante êxito. Escrebeu mais de setenta obras. Em 1951 reeditárom-se as suas melhores pézas, entre as que podemos citar: “El sueño dorado” (1875) e “La rebotica” (1895).

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (PERÁLVAREZ DE AYLLÓN)

Ayllón, Perálvarez de. Nada sabemos sobre este escritor, excepto que foi o autor de unha égloga dramática titulada “Comedia de Preteo y Tibaldo”, chamada “disputa y remedio de amor” que foi publicada em Toledo em 1553, despois de haber sido completada por Luis Hurtado de Toledo, o qual agregou 256 versos. Trata-se de um drama com ribetes satíricos, que narra os sofrimentos de amor, e os remédios para atenuá-los. Para o qual Ayllón se basa nos “Remedia amoris” de Ovidio, à vez que enaltece as qualidades das mulheres, às que Ayllón admira e defende contra obras que as vituperam como “El triunfo de las donas” de Juan Rodríguez de la Cámara. O texto foi reeditado em 1903 por Bonilla y San Martín.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (WENCESLAO AYGUALS DE IZCO)

Ayguals de Izco, Wenceslao (Vinaroz, Castellón, 1801 – 1873). Novelista cuxo êxito se basou fundamentalmente no sensacionalismo das suas estâmpas sobre a vida do baixo mundo espanhol. Influído por Eugenio Sue. As suas novelas publicarom-se, como era frequente, em entregas periódicas. Trata-se de obras furiosamente anticlericais. “María, o la hija de um jornalero” (1845 – 1846) é unha das suas novelas mais características. Dedicada a Sue, abunda nela a protesta ante as condiçóns sociais de alguns extractos. Por unha parte, nela encontra-se o xerme do que viria a ser o Naturalismo, mas, por outra, non tem a precisón histórica nem a compreensón cabal de feitos complexos que tem por exemplo, “El señor de Bembibre” (1844) de Enrique Gil y Carrasco, novela que capta e adapta ó estilo de Walter Scott às condiçóns existentes em Espanha. As novelas por entregas de Ayguals forom lídas com fruiçón, especialmente polas clásses traballadoras. Escrebeu também unha obra de teátro e um poema filosófico “El derecho y la fuerza” (1866). Ayguals fundou em Madrid a imprenta “Sociedad Literária”.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (FRANCISCO AYALA)

Ayala, Francisco (Granada, 1906). Novelista, contista e ensaísta. Estudou na Alemanha entre 1929 e 1930. Traducíu a Rilke e a Thomas Mann. Foi professor de Socioloxía e Ciências Políticas na Universidade de Madrid entre 1933 e 1936. Exiliou-se despois da guerra civil espanhola. Foi professor na Universidade de La Plata (Arxentina), onde ensinou socioloxía de 1939 a 1950; Alí fundou a revista “Realidad”. Em Puerto Rico fundou “La Torre”, revista muito conhecida. De Puerto Rico passou a Princeton, Nova York e Chicago. Ayala escrebeu a sua primeira novela “Tragicomedia de un hombre sin espíritu” (1925), em 1923, ano no qual estudou o primeiro curso na Universidade de Madrid. Outros trabalhos incipientes forom “Historia de un amanecer” (1926), “Medusa artificial” (1928) e “El boxeador y un ángel” (1929). O seu primeiro libro importânte foi “Cazador en el alba”, publicado primeiro na “Revista de Occidente” (1929), e que se publicou em forma de libro ao ano seguinte. Relata os pensamentos de um xinete despois da sua quéda. O estilo é limpo e Ayala leva a cabo um verdadeiro “tour de force” ao criar unha personáxe só a través de recordaçóns amorfas e sonhos vagos. “Los usurpadores” (Buenos Aires, 1949) está constituído por seis histórias, algunhas delas escrítas pouco despois da guerra civil espanhola, e expresam a “teoría de Ayala” sobre o poder, como desencadeante da desgráça. “La cabeza del cordero” (Buenos Aires, 1949, 2ª ed. com um novo conto: “La vida por la opinión”, 1962) mostra a preocupaçón de Ayala polo sucedido durante a guerra civil. Os seus libros também se aproximam á sátira, como em “Historia de macacos”, publicada na revista “Sur” em 1952 e como libro em Madrid, 1955; “Martes de perro” (Buenos Aires, 1962) son histórias negras e escépticas na corrente de um Torrente Ballester. “El as de bastos” (Buenos Aires, 1963), recolhe sete contos interesantes. “Mis páginas mejores” apareceu em 1965 e as suas “Obras narrativas completas” em 1969. Também publicou um largo “Tratado de sociología” (Buenos Aires, 1947) e numerosos ensaios sobre política, socioloxía e literatura: “El escritor en la sociedad de masas” (1955), “De este mundo y el otro” (1963) som mostras desta faceta importânte de Ayala. Em 1971 apareceu “El jardín de las delicias”.

OXFORD

¡¡QUE NADA SE SABE!! (46)

Escuto o que afirman acerca destes casos; non obstânte, nem por isso conheço melhor o asunto. Também assim pensaba eu antes, mas non ficava com isto satisfeito o meu espírito, porque se algo houbera conhecido perfeitamente, non o tería negado, senón que, ao contrário, tería gritado de alegría cheio de entusiasmo, xá que nada mais venturoso podería ter-me acontecido. Agora, em câmbio, me atormenta unha contínua tristeza, pois desespero de poder saber algo perfeitamente. Por tanto, ou som eu o único que ignora absoluctamente tudo, ou também o som todos os demais conmigo. Acredito que âmbas cousas som verdade. Mas algo sabería eu, non obstânte, se os demais também o sabem, pois non é verossímil que só a mi a natureza tivéra sido de todo adversa. Mas eu non sei absoluctamente nada. Tú tampouco. Há nas cousas outros muitos motivos para a nossa ignorância, motivos cuxa enumeraçón neste lugar sería non só abundantes senón também inútil, posto que poderás vê-los em cada um dos tratados sobre elas, e eu mesmo os asinalarei sempre que se presente a ocasión de falar deles. Só citarei de momento um ou dous como os mais importantes. A variedade das cousas, a sua múltiple forma, figura, quantidade, as suas acçóns e usos tán numerosos e diversos, de tal maneira enrredam a nossa mente -ou, melhor, a distraiem-, que non se pode nem dizer nem pensar cousa algunha com seguridade sem que de outra parte se vexa asediáda e obrigada a abandonar a sua opinión, e assim, cambiándo-se de um sítio e de outro, nunca se afinca. Se chega a afirmar que a brancura (baste aducir um exemplo relativo às cores) é produzida polo calor, sería contradecída pola neve, e o xelo. Os xermanos; afirmam que é produzida polo frío, sendo contradecido pola cinza, a cal, o xéso e o osso, que som cousas calcinadas. Se afirmam que pola humidade, será contradecida por isto; se pola sequedade, por aquilo. Respeito da negrura, sobrevivem outras tantas dúvidas. ¿E quê poderias dizer das cores intermédias? ¿Quê proporçón de calor e frío lhes asignarás? Nem sequer os extremos parecem ter unha causa manifesta, como o frío para a neve ou o calor para a cinza, pois âmbas cousas som captadas polos sentidos.

FRANCISCO SÁNCHEZ