Arquivos diarios: 30/07/2021

HEIDEGGER (ONTICAMENTE)

Mais do que unha alternativa, o que rexe a investigaçón completa de “Ser e Tempo”, e de todo o Heidegger que vem depois, por mais voltas e armadilhas que apresente, é a pergunta elemental “como aparece unha cousa”, pois pode ser que nesse “como” resida o seu “qué”, o seu ser. À luz desta perspectiva, a obra completa de Heidegger ganha unha coherência para além dos seus desvios e desvarios. Porque o facto de que das cousas se faça agora questón a partir do sentido do ser está relacionado com o facto de as cousas se encontrarem perdidas num todo indiferente (a sua consideraçón como entes) que impede de as considerar a partir de si próprias, ou sexa, a partir da sua própria manifestaçón. As cousas aparecem só como entes, ou segundo a xíria de Heidegger, “onticamente”. A investigaçón partirá desta situaçón das cousas, todas elas igualadas no cenário desse todo, para ir em busca do seu sentido, que nunca poderá ser um conteúdo, ou sexa, que ao mesmo tempo nunca poderá aparecer como unha cousa ou como um ente. Nesse contexto, volta a ecoar aquele lema que caracterizou a fenomenoloxía de Husserl: “as próprias cousas!”, que em Heidegger se traduzirá como: “o próprio sentido!”.

ARTURO LEYTE