
Com Martín Fierro, José Hernández marca a cûme da literatura gauchesca. O poema de tema gauchesco pertence a um xénero culto, na medida em que os seus autores o eram, mas resultou acolhido como próprio polo povo riopratense. Desarrolha-se, paralelamente aos enfrentamentos internos entre as antigas províncias do virreinado e a cidade de Buenos Aires, com as revoltas dos caudilhos e com a vida quotidiana da pampa. A conquista do deserto, o sistemático exterminio dos indios, a silueta rebelde do gaucho e o empuxe da civilizaçón europeia som momentos da sua evoluçón mais brilhante, e sinálan ao mesmo tempo, o seu fím. No início, o verso é a expressón lírica e narrativa deste xénero. A sua manifestaçón final, no século XX, xá é unha novela: Don Segundo Sombra, de Ricardo Güiraldes. E na sua culminaçón brilha, sem dúvida, Martín Fierro, cuxa leitura em voz alta nos fogóns das estâncias, recorda o carácter oral dos românces espanhois. Asinála-se normalmente ao uruguayo Bartolomé Hidalgo (1788 – 1823) como iniciador deste xénero, com os seus Diálogos Patrióticos. Hidalgo descobre unha entoaçón gauchesca, que se abre caminho despois nas voces de Hilario Ascasubi (1807 – 1875), um poeta culto da província de Córdoba, que firmaba com os pseudónimos de Aniceto el Gallo e Paulino Lucero, as suas Trovas contra os caudilhos federais que sitiabam Montevideo, e Estanislao del Campo (1834 – 1880), autor de Gobierno gaucho e do poema humorístico Fausto. ¿Como era o gaucho real, que transfigurado, deu nome a um xénero literário? Em princípio, estívo rodeado de terra chán, de pouca poboaçón e de muito gando, tanto vacuno como cabalar. Debía recorrer grandes distâncias, em busca de pastos. Muitos eram atraídos pola vida fácil, o baixo preço da carne e a possibilidade de viver quase sem trabalhar. Era questón – como contam muitos viaxeiros – de subir a um cabalo e preparar o lazo, deitá-lo a um animal e carnear. Animába-os unha actitude soberba, de independência, de ausência de ataduras frente às autoridades. Os numerosos conflíctos militares (lutas contra o indio, e entre Buenos Aires e as províncias), os límites alterados em todas as fronteiras, os renegados que preferíam fuxir ou emigrar, as bandas armadas e o quatrerismo, proveem à sociedade de um tipo singular, áxil sobre o cabalo, e hábil com o coitelo e a lanza, mas ao mesmo tempo irresponsábel, “vagabundo” é um dos motes que recebem estes desertores, peons de toda classe. Posteriormente, o gaucho viu-se forzado a axustar-se à organizaçón nacional. Os arrastrarám entón para o fortín e para a guerra do Paraguay, os vai invadindo o emigrante, transformando-se no “paisano gaucho”, que se afinca, se assimila, aceita o câmbio do meio âmbiente, e coopera com o seu trabalho, xá a cabalo ou em tarefas agrícolas. É um gaucho, non obstânte inquieto, que está sempre disposto a partir, como impulsado por unha necessidade de pegada de pampa, de horizonte sem fím. “Há dous tipos diferêntes – como afirma Lucio V. Mansilla em “Una excursión a los indios ranqueles” – paisano gaucho, é o que tem um lar, paradeiro fixo, hábitos de trabalho, respeito pola autoridade, de cuxo lado estará sempre, ainda contra o seu sentir. O gaucho neto ou criolho errante, que hoxe está aqui, manhan alá, xogador, pendencieiro, inimigo de toda disciplina; que foxe do serviço militar, que se refuxía entre os indios se dá unha punhalada, ou ganha a indómita montonera se ésta assoma.”
RBA EDITORES, S. A. – BARCELONA
