OS GRANDES MESTRES DO ESTOICISMO ANTIGO

Os grandes mestres estoicos do estoicismo antigo forom: Zenón, Cleantes, Crisipo. Zenón de Cítio (nascido em 332 a. C. nesta cidade da ilha de Chipre, unha colónia grega nessa altura) foi o fundador da escola estoica, nome derivado da “Stoa Poikile”, o “Pórtico Pintado” da ágora onde costumaba difundir os seus ensinamentos. Zenón chegou a Atenas com vintidous anos de idade – unha década após a morte de Aristóteles, Alexandre e Dióxenes de Sínope e muito pouco tempo antes de Epicuro fundar o seu xardim – , e nesta cidade pôde completar a sua formaçón filosófica, que incluiu (como se verá) os princípios ontolóxicos de Heraclito, certos rasgos morais dos cínicos e alguns elementos epistemolóxicos platónicos. Em Atenas conseguiu absorver tudo quanto lhe interessou do extraordinário ambiente intelectual que reinaba na cidade: foi bastante próximo dos cínicos Crates e Estilpo, assistiu às liçóns proferidas na Academia e completou a sua formaçón, iniciada com a leitura de Platón e Heraclito, no diálogo directo com os filósofos da época; também se interessou bastante pola medicina e pola astronomia. O xénio de Zenón reuniu estas influências heteroxéneas nunha síntese muito pessoal, que foi depurando no estoicismo. Tanto Zenón como a sua escola, opuxeram-se decididamente à outra grande filosofia da época, o epicurismo, da qual diverxíam (como também veremos) em vários princípios fundamentais. Non sabemos, no entanto, se Zenón e Epicuro, que conviveram em Atenas e conhecerom as respectivas doutrinas, chegarom a ser inimigos e a criticar-se mutuamente com a ferocidade com que o fizeram os seus posteriores seguidores dos finais do século III, e como viriam igualmente a combater os cépticos da Academia. O historiador da filosofia clássica, Dióxenes Laércio, destaca da figura de Zenón o seu carácter ascético e as várias afinidades morais com os cínicos, sobretudo a vontade de se reintegrar na ordem xeral da natureza. A influênça intelectual platónica é facilmente detectábel na semelhança da razón criadora concebida por Zenón como princípio cósmico do universo e artífice ou alma do mundo postulado por Platón. Da filosofia megárica (Parménides) também foi absorvida, sem dúvida, a visón monista do cosmos como unidade. Os estoicos posteriores usariam igualmente (como veremos em seguida) ideias de outro grande pensador antigo: Heraclito.

J. A. CARDONA

Deixar un comentario