Arquivos diarios: 23/06/2021

AURELIUS AGUSTINUS (TENTAR A SORTE EM ROMA)

No ano seguinte, de regresso de Cartago e rodeado polo seu círculo de amigos maniqueístas, o xovem Agostinho abriu unha escola de retórica, até que a escassa disciplina e o pouco interesse demonstrado polos seus alumnos, acabaram por convencê-lo sobre a pertinência de experimentar a sorte em Roma, para onde partiu, seguindo os passos do seu amigo Alípio (ano 383). A experiência docente na antiga capital do Império non foi muito mais satisfactória, unha vez que a indolência dos alunos púnicos foi substituída polo feio hábito dos estudantes romanos de non pagarem as suas liçóns. Passado apenas um ano, Santo Agostinho voltou a fazer as malas, desta vez na direcçón de Milán, onde tinha conseguido um lugar de professor, graças à intermediaçón de Símaco, o prefeito da cidade. Contudo, os dous anos, que ván desde os últimos meses em Cartago até à sua chegada a Milán, non só están marcados por unha sucessón de mudanças “físicas”, como também ( e de forma bastante relevante) polo início da principal “mudança” ideolóxica que marcará o ponto de inflexón na vida de Santo Agostinho. Durante estes anos, as convicçóns maniqueístas do entón professor de retórica começaram, efectivamente, a fender-se. Para isso contribui a decepcionante entrevista, em Cartago, com Fausto, unha das figuras mais reverenciadas e veneradas do maniqueísmo da época, e o contraste entre as fantasiosas teorías físicas maniqueístas e as explicaçóns mais racionais e sensatas que Santo Agostinho descobriu nas obras dos grandes filósofos: “E como eu tinha lido muitas cousas dos filósofos e as conservava na memória, comparaba algunhas delas com aquelas longas fábulas dos Maniqueus, e parecia-me mais verdadeiro aquiko que disseram aqueles (…) Todavia eu fixava na memória muitas cousas verdadeiras que eles diziam a partir da observaçón das criaturas e encontraba nisso unha explicaçón racional dada por meio dos números e da sucessón das estaçóns e dos testemunhos visíveis dos astros, e comparava-as com as afirmaçóns de Maniqueu, que, em delírio, sobre estas questóns escrebeu muita cousa prolixamente, e que non encontraba aí a explicaçón nem dos solstícios e dos equinócios, nem dos eclipses dos dous luminares, nem nada de semelhante que eu aprendera nos libros da sabedoría mundana. Aí mandavam-me acreditar, mas isso non ia ao encontro das explicaçóns descobertas polos cálculos e polos meus olhos, pois eram muito diferentes.”

E. A. DAL MASCHIO