
Um ano despois desta tentativa de assassinato, Pascal iniciou um novo retiro em Port-Royal. Desta vez, coincidindo no local com o teólogo e filósofo Antoine Arnauld, que, xuntamente com a sua irmán Angélique, teve um papel decisivo na instauraçón e expansón do jansenismo em Port-Royal. Há uns anos que as acusaçóns ao jansenismo de protestantismo se tinham multiplicado, bem como os ataques aos seus defensores. Neste ambiente tenso, Arnauld envolveu-se nunha infeliz polémica que lhe custou unha acusaçón de calvinismo e, tomando consciência do perigo que corria, decidiu refuxiar-se em Port-Royal. Será dentro deste contexto que o nosso filósofo inicia as suas famosas “As Provinciais”, cartas sobre as quais nos espraiaremos no próximo capítulo, com o obxectivo de refutar as acusaçóns lançadas contra Arnauld, um dos líderes jansenistas, e contra o próprio movimento. Após a popularidade que “As Provinciais” lhe trouxeram, o Pascal cientista reapareceu em público em 1658 e fê-lo em grande. Entre os xeómetras da época habia um crescente interesse em resolver o problema da cicloide. A biografia que Gilberte escreveu revela-nos o motivo polo qual Pascal decidiu abordá-lo: atenuar unha dor de dentes. Para que a sua atençón non se centrasse na dor, propôs a si próprio o desafio de resolver o problema e, perante o espanto dos seus amigos, conseguiu-o. Tinham sido eles a suxerir a realizaçón de um concurso público para desafiar os melhores matemáticos da época a resolverem o problema. A questón é que nenhum conseguiu dar resposta, e o concurso quedou deserto. Foi entón que Pascal enviou a soluçón para o presidente do xúri, um tal Carvaci. O episódio, que tem unha certa ironia, fala-nos também de um pensador soberbo. Na verdade, nos “Pensamentos” podemos ler o seguinte: “Outros suam no seu gabinete para demonstrarem aos sábios que resolveram um problema de álxebra que até ao momento non tinha sido resolvido”. A lenda da xenialidade de Pascal non acaba aqui, porque a forma como resolveu o problema da cicloide estabeleceu os alicerces de unha nova maneira de entender a matemática, que em 1684 permitiu a outras duas mentes brilhantes descobrir o cálculo infinitessimal. Estamos a referir-nos a Leibniz e a Newton. Em 1658, a sua saúde piorou mais unha vez e Pascal viu-se obrigado de novo a ficar na cama. Apesar de lhe custar muito ler e escreber, non deixou de trabalhar, xá que nesse mesmo ano redixíu um novo texto com o significativo título de “Oraçón para pedir a Deus a boa aceitaçón das doenças” (Priére pour demander à Dieu le bon usage des maladies). Desta vez a sua fráxil saúde non o abandonou e o filósofo foi obrigado a instalar-se na casa de um dos sobrinhos em Bienassis. Graças aos cuidados que recebeu, e após quase dous anos, a saúde melhorou e ele puido voltar a Paris.
GONZALO MUÑOZ BARALLOBRE