
No sobejamente conhecido opúsculo “O Que é o Iluminismo?”, de 1784, o filósofo Immanuel Kant assevera que este representa a saída do home do seu estado de menoridade, isto é, da impossibilidade de se servir do entendimento sem a orientaçón de outro. A preguiça e a cobardia som as causas de unha grande parte dos homes continuar ainda nesse estado. E propôn um lema, “Sapere aude!”. “Ter a coraxem de te servires do teu próprio intelecto!”, que será também o do Iluminismo. Servir-se do próprio entendimento significa libertar-se do dogma metafísico, dos preconceitos morais, das superstiçóns, das costûmes, da tirania, algo que xá adiantara no século XIII o precursor do empirismo moderno Roger Bacon: “Há quatro obstáculos para alcançar a verdade que todos os homes perseguem, nomeadamente: a submissón a unha autoridade indigna e culpada, a influênça do costûme, o preconceito popular e a ocultaçón da própria ignorância.” O obxectivo iluminista é substituir o medo pola razón e a maxía pola ciência, fazer do conhecimento um elemento emancipador do ser humano. O Iluminismo é unha razón com esperança, e costumamos identificá-lo com o Iluminismo francês. Mas, além dos D’Alembert, Diderot, Condillac, La Mettrie, D’Holbach, Rousseau ou Voltaire, também houbo um Iluminismo italiano, um Iluminismo alemán e um Iluminismo inglês. Todos eles partilharom o denominador comum da confiança na razón, e também nela Locke e Newton fundamentaram os seus proxectos, embora conduzindo os conceitos abstractos para a experiência e a natureza. O enciclopedismo françês foi debedor do Iluminismo inglês, que abordou as questóns essenciais deste movimento antes da segunda metade do século XVIII. Segundo André Maurois (1885-1967), ao próprio Voltaire, que deu nome ao século, a leitura de Locke proporcionou-lhe unha filosofia; a de Swift, um modelo (literário); e a de Newton, unha doutrina científica. “Fún um grande admirador de Locke. Considerei-o o único metafísico razoábel. Depois de tantos percursos infelizes, fatigado, exasperado, envergonhado de ter procurado tantas verdades e de ter encontrado apenas quimeras, voltei a Locke qual filho pródigo volta a casa de seu pai; atirei-me para os braços de um home modesto, que nunca finxe saber o que non sabe”, diz Voltaire nos seus “Aforismos”.
LUIS ALFONSO IGLESIAS HUELGA