POPPER (O “MODUS TOLLENS”)

Que razóns pode Popper apresentar a favor desta tese aparentemente tán contrária ‘a nossa intuiçón e ao que qualquer pessoa minimamente informada espera da ciência? O seu argumento principal a favor desta tese, ao que parece tán deprimente, é de carácter estrictamente lóxico-formal. No entanto, na orixem da sua concepçón cabe um papel a unha constataçón histórica, bem como a unha tomada de posiçón ética. Começaremos pola constataçón histórica, continuaremos com o argumento lóxico (que é o central) e terminaremos com a questón ética. Popper apercebeu-se muito cedo (segundo ele próprio, na adolescência) de que as grandes teorías científicas do passado, inclusive as de maior êxito, foram a posteriori consideradas falsas. O exemplo histórico de maior relevância foi a teoría da gravitaçón de Newton. Durante mais de duzentos anos depois de ter sido formulada, esta teoría foi considerada, tanto polos próprios físicos como polos leigos, unha contribuiçón impressionante e definitiva para o conhecimento humano: explicaba (e sobretudo previa!) toda unha série de fenómenos que até entón tinham permanecido inexplicábeis, do movimento dos planetas à oscilaçón do pêndulo, passando polas marés e pola forma da terra. Contudo, apesar de todas estas conquistas formidábeis, no início do século XX apareceu um “axitador”, Einstein, que, apoiando-se tanto nas suas próprias consideraçóns teóricas como nas experiências e nas observaçóns de outros, refutou de vez a teoría newtoniana. As experiências e observaçóns posteriores continuaram a dar razón a Einstein e non a Newton. Poderíamos sem dúvida, alegar que o caso da teoría de Newton e de muitas outras boas teorías científicas, que na altura em que foram propostas tiveram mais ou menos êxito, mas a longo prazo se verificou serem falsas, som lamentábeis, porêm, non vale a pena estar sempre a referi-las e, em princípio, poderá conceber-se unha teoría que, polo menos para um certo âmbito da realidade, sexa definitivamente confirmada e, portanto, simplesmente verdadeira. Foi isto que muitos cientistas pensarom (e ainda pensam): independentemente do que tenha acontecido no passado, um dia encontraremos a teoría definitiva sobre o universo (ou, polo menos, sobre unha parte dele). Todavia, é neste ponto que entra em acçón o poderoso argumento lóxico-formal de Popper: é por razóns lóxicas estrictas que unha teoría científica, por plausíbel que pareça e por bem corroborada que estexa por muitas observaçóns e experiências particulares, nunca poderá conter em sí mesma a garantia da sua veracidade, e estará sempre sob a ameaça de ser refutada. O argumento que Popper utiliza para xustificar a sua tese é unha regra da lóxica: o chamado “modus tollens”, unha peça-chave da metodoloxía popperiana.

C. ULISES MOULINES

Deixar un comentario