LEIBNIZ (PARIS VALE BEM…OUTRA FILOSOFIA)

Alguns intérpretes escreveram que um plano de conquista parecia estar em contradiçón com a intençón filosófica de procurar a harmonia, da reconciliaçón dos elementos opostos que temos vindo a comentar até aqui. Outros autores defenderam que a verdadeira e nobre finalidade do plano exípcio era a “paz perpéctua”, unha paz que resultaba da Guerra Santa contra o infiel que possibilitaba o avanço dos povos cristáns da Europa; assim, a finalidade da guerra debia ser entendida como unha mensaxem de salvaçón cristán, como o anúncio da paz: “pax cristiana universalis perpetua”, no sentido da tradiçón agostiniana, “fazer a guerra para conquistar a paz”. Pelo contrário, se nos limitarmos ao ponto de vista estrictamente político, só podemos ver no plano exípcio a tentativa de afastar Luis XIV das escaramuças europeias perante a oferta de unha presa digna da sua ambiçón (unha empresa que, como todos recordamos, seria mais tarde levada a cabo por Napoleón). Na minha opinión, para podermos perceber melhor esta aparente contradiçón, debemos distinguir dous níveis em Leibniz. Por um lado, como diplomata que está ao serviço dos interesses dos seus príncipes e do Império; nesta perspectiva, o seu realismo político impede-o de acreditar na realizaçón de unha paz perpéctua sobre a unidade entre diferêntes Estados, pois os seus respectivos interesses políticos e económicos em confronto conduziram sempre ao conflicto. Por outro, como filósofo e cientista que acredita na universalidade do saber; deste ponto de vista, Leibniz defenderá que a única via possíbel para unha paz e um entendimento duradouros entre as naçóns tem de ser de natureza espiritual, unha harmonia de interesses que se espalhará polo universo inteiro se as diversas culturas forem capazes de reconhecer o que têm em comum na sua base. Neste sentido, como veremos de seguida, a tarefa do filósofo será conseguir que os monarcas se interessem por promover e divulgar a ciência (fundaçón de academias), embora, para isso, tenha de aliciar a sua ambiçón com benefícios políticos, pois a harmonia non se consegue sem contar com as dissonâncias. Assim, enquanto as manipulaçóns políticas da “Kabinettspolitik” de Leibniz se dedicavam a conseguir alianças transitórias, a sua intençón continha unha finalidade universalista que non se reduzia a um cosmopolitismo sem rosto, xá que previa que as diferentes culturas conservassem o seu carácter individual (como mónadas indestrutíveis), ao mesmo tempo que compunham unha ordem mais complexa que acabaria com as discórdias dos homes. Esta distinçón de níveis permite-nos, neste sentido, ver Leibniz como o primeiro patriota que se opón ao expansionismo françês, como europeísta e como pensador cosmopolita, tudo ao mesmo tempo; que foi capaz de abordar o problema da paz em toda a sua complexidade, sem ignorar muitos dos obstáculos que hoxe o continuam a marcar e a impedir a sua realizaçón, a saber: a conciliaçón de confederaçóns internacionais e nacionalismos, ou a proposta de unha unidade cosmopolita compatíbel com a diversidade multicultural e relixiosa. Em todo o caso, o sentido da teoria e da actividade políticas leibnizianas implica reconhecer o seu fundamento nunha ética (ou “jurisprudência universal”) cuxa finalidade seria apenas a de perseguir a utilidade xeral ou o bem comum, tal como souberam destacar autores de renome internacional, como Patrick Riley, André Robinet ou Werner Schneiders. Por outras palabras, o verdadeiro político debe esforçar-se por adequar a sua tarefa ao “ideal do sábio”, aplicando razón e ordem no decorrer continxente da História, tal como escrebeu em 1701 a Thomas Burnett de Kemney: “O fim da ciência política debe ser fazer florecer o império da razón”. Isto, aplicado ao caso concreto da construçón da Europa moderna ou, se preferirmos, de unha “comunidade europeia”, traduzir-se-á nos escritos leibnizianos em sublinhar o papel mediador de unha comunidade entre o desexado desenvolvimento da Alemanha como unha necessidade forte no âmbito europeu (que pudesse neutralizar o domínio francês) e os interesses claramente universais dos proxectos científico-filosóficos do pensador de Leipzig, que están subxacentes às suas actividades políticas. A 15 de Dezembro de 1672, o barón de Boineburg morre subitamente, o que implicou para Leibniz unha fraxilidade ainda maior da sua missón diplomática, ao perder o apoio do seu protector, ao mesmo tempo que representou um desaire pessoal; anos mais tarde, Leibniz descreberia Boineburg como “um dos maiores homes deste século, que me honrou com unha amizade muito especial”. Xá que a missón política em França tinha fracassado, foi decidido que Melchior Friedrich von Schönborn (sobrinho do príncipe eleitor e xenro de Boineburg) fosse a Londres, acompanhado por Leibniz, para apresentar a mesma proposta de um Congresso de Paz. Estava previsto que depois dessa reunión regressassem a Mainz passando pola Holanda, mas Leibniz recorreu a empréstimos diversos para poder prolongar a sua estada em Paris até 1676, debido ao proveito intelectual que obtinha nesta cidade.

CONCHA ROLDÁN

Deixar un comentario